Alongamento deve ser bem utilizado
Andrês Chiapeta: Graduado em Fisioterapia pela Universidade Católica de Petrópolis. Especialista em Ergonomia pela Universidade Gama Filho. Mestre em Ciências da Educação Física, Esporte e Lazer pela Universidade de Matanzas (Cuba). Professor do curso de Fisioterapia da Univiçosa
Um importante recurso cinesioterápico utilizado pelos profissionais da Fisioterapia é o alongamento. Para entender melhor esse recurso é importante primeiramente diferenciar flexibilidade e alongamento, uma vez que muitos confundem estes conceitos.
Flexibilidade é capacidade de uma ou mais articulações de desenvolver uma determinada amplitude de movimento (ADM), considerada ideal. Já o alongamento é um conjunto de técnicas utilizadas com o objetivo de se manter ou aumentar a flexibilidade de uma ou mais articulações de maneira segura e eficaz.
Quando nos deparamos com pacientes em tratamento de patologias ortopédicas, principalmente, é comum pensarmos em algum recurso para ganho de ADM, e logo vêm à cabeça técnicas de alongamento, como o passivo, ativo, seletivo e balístico, dentre outros.
Cada paciente é único e os sintomas apresentados podem variar de um para outro, mesmo sendo a mesma patologia. Uma boa avaliação é importante para detectar se realmente há necessidade das técnicas de alongamento. Existem várias formas de avaliar se um músculo está encurtado ou não, e durante a avaliação é imprescindível a realização desses testes — por que alongar um músculo que não está encurtado? E mais, será que é encurtamento ou rigidez?
Devemos estar atentos a essas diferenças, pois um músculo rígido não se beneficiaria de um tratamento com ênfase em alongamentos, já que seu ganho se resumiria a apenas alguns minutos e, logo após, voltaria ao padrão anterior. Por sua vez, um músculo encurtado seria favorecido com essas técnicas, recuperando o comprimento normal do tecido e melhorando a capacidade funcional do paciente.
Diante do exposto, é função do profissional fisioterapeuta avaliar bem o paciente e fazer um raciocínio clínico, antes de propor um tratamento utilizando técnicas de alongamento, pois o tempo utilizado nessa conduta poderia ser utilizado para outros fins.