O seminário contou com a participação de pesquisadores de diversas Universidades, ambientalistas (SOS Mata Atlântica e Greenpeace), estudantes, lideranças comunitárias, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e também do promotor de Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais
Nesta segunda-feira (31) alunos dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Civil da Univiçosa, acompanhados do Professor Daniel Jaques, estiveram presentes no Seminário Rio de Gente, em Mariana, organizado pelo Greenpeace. O Seminário abordou os estudos que revelam a dimensão dos impactos ambientais e sociais na bacia do Rio Doce, um ano após a ruptura da barragem de Fundão, da mineradora Samarco.
O seminário contou com a participação de pesquisadores de diversas Universidades, ambientalistas (SOS Mata Atlântica e Greenpeace), estudantes, lideranças comunitárias, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e também do promotor de Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.
O evento foi aberto pelo promotor de Meio Ambiente, Carlos Eduardo Pinto, que explicou porque a tragédia socioambiental em Mariana virou uma “tragédia processual”, a partir de disputas de competência na justiça que levam à proteção das medidas e do “Acordão” firmado com a União e os governos dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo que só serviu para “blindar” os responsáveis e terceirizar as consequências do desastre.
Pesquisadores e ambientalistas da ONG SOS Mata Atlântica apresentaram resultados preliminares de estudos que vêm analisando o tamanho dos danos ambientais e sociais nas áreas de água, flora, fauna, saúde e direitos dos atingidos a partir de expedições à região para coletar dados e amostras.
“No seminário foram apresentados projetos independentes sobre os impactos ambientais e sociais da lama no Rio Doce. Pudemos ver que a recuperação é possível, mas que não podemos esquecer Mariana, que é preciso pressionar o poder público, a Samarco e a Vale a assumirem suas responsabilidades. Foi um privilégio para nós alunos participar deste seminário, do debate no qual pudemos presenciar e ver o que de real está acontecendo nesse paradigma“, comentou a estudante de Engenharia Ambiental, Paula Castro.
De acordo com Daniel Jaques esta foi uma ótima oportunidade para os acadêmicos que cursam a disciplina de “Avaliação de Impactos Ambientais” tomarem nota da magnitude dos efeitos da tragédia sobre os elementos ambientais e sociais e perceberem como os trabalhos de prevenção e mitigação de impactos são imprescindíveis para empreendimentos de grande porte como o da barragem de Fundão.
Daniel Jaques enumerou alguns dos impactos da tragédia, após 1 ano, de acordo com o Seminário e inquéritos da Polícia Federal:
1) peixes de 98 espécies diferentes morreram asfixiados sendo contabilizadas pelo menos 29.387 carcaças. Treze dessas espécies vivem só no Rio Doce e destas 11 já estavam ameaçadas de extinção;
2) o escurecimento da água do mar pela lama na praia de Regência/ES, na foz do Rio Doce, impediu que pássaros (andorinhas do mar) encontrassem alimento vindo a morrer;
3) comprometimento do abastecimento de água em várias cidades;
4) contaminação da água do Rio Doce por elementos tóxicos tal como o Arsênio (metal pesado);
5) 18 vidas seifadas e 1 desaparecido em Bento Rodrigues;
6) devastação total do distrito de Bento Rodrigues.
Mais informações sobre os temas discutidos e os resultados das análises apresentadas no Seminário.