Trata-se de uma tendência que adota filosofia e métodos para proporcionar maior satisfação do indivíduo
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Rúbia Fonseca Roberto (Administradora, Mestre em Administração, Professora dos cursos de Administração e Gestão de Empresas da Univiçosa) e Elisabete R. Souza Coimbra (Estudante da Pós-Graduação em Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional da Univiçosa)
As preocupações com a saúde do trabalhador motivaram o desenvolvimento de um campo de estudo interdisciplinar na área de gestão de pessoas conhecido como Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). O termo refere-se à capacidade de administrar sistemicamente o conjunto de ações, incluindo diagnóstico, implantação de inovações gerenciais, alinhada à cultura organizacional, com prioridade para o bem-estar das pessoas da organização, conforme A. C. L. França em “Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial”, publicado pela editora Atlas em 2004.
Trata-se de uma tendência que adota filosofia e métodos para proporcionar maior satisfação do indivíduo nas suas atividades profissionais, considerando aspectos como eficiência na produtividade e eficácia de resultado, que são os maiores desafios atuais da gestão.
É possível discutir a QVT sob dois pontos de vista: das pessoas, em termos da percepção de bem-estar, a partir das necessidades individuais, expectativas de vida, e ambiente social e econômico; e do trabalho, no sentido de que representa a necessidade de valorização das condições de trabalho, da definição de procedimentos da tarefa em si, do cuidado com o ambiente físico e com os bons padrões de relacionamento.
No artigo “Quality of working life: what is it? Sloan Management Review (Cambridge (volume 15, número 1, 1973), R. E. Walton sustenta que, para propiciar e manter um ambiente de trabalho com elevado nível de QVT, uma organização deve incorporar diretrizes básicas à política de administração de pessoal: fornecer condições de segurança e saúde ao trabalhador; vislumbrar oportunidades imediatas para a utilização e o desenvolvimento da capacidade humana; criar oportunidades futuras para o crescimento contínuo e a segurança do trabalhador em relação à organização; promover a integração social através da organização do trabalho; reconhecer a relevância social do trabalho na vida do trabalhador; efetuar o planejamento das responsabilidades e divulgar informações sobre o trabalho; valorizar a multiplicidade de habilidades exigidas para a execução da tarefa; e conceder autonomia ao trabalhador, para a execução da tarefa.