Joicidele Tamara Tenório Pedrosa, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da Univiçosa, orientada por Patrícia Monnerat, Gestora do Curso, realizará uma investigação arquitetônica, na busca de resgatar estes detalhes históricos que podem ainda existir por debaixo das camadas de tinta já secas das paredes da Casa Arthur Bernardes.
Projeto de Arquitetura e Urbanismo da Univiçosa busca resgatar elementos decorativos nas paredes do Museu Artur Bernardes
O casarão amarelo e imponente, localizado na Rua Silviano Brandão, nº 69, no centro de Viçosa, chama a atenção dos transeuntes por ser visivelmente um pedaço da história conservada em volta de uma cidade que vem se desenvolvendo diariamente.
Quem o conhece, sabe que a edificação já foi à moradia do presidente da república Arthur da Silva Bernardes, importante personalidade viçosense que muito contribuiu para o desenvolvimento da cidade. O tombamento da Casa Arthur Bernardes, foi aprovado pelo Decreto Estadual n.° 29.399, de 21 de abril de 1989, sendo então determinada sua inscrição no Livro de Tombo n.° II, do tombo de Belas Artes e no Livro de Tombo n.° III, do Tombo Histórico, das obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.
Em 1996, sob a gestão da Universidade Federal de Viçosa, passou a funcionar como museu da cidade destinado a exposição do mobiliário original e objetos pessoais pertencentes ao presidente Arthur da Silva Bernardes e sua família. Dotada de dois pavimentos com varandas e uma imponente escadaria, com guarda-corpo e balaustrada, o museu denominado “Casa Arthur Bernardes – CAB” possui também uma grande área externa, que é utilizada para eventos de natureza acadêmica, administrativa e de extensão e cultura.
Porém, com o passar do tempo, o casarão passou por reformas, pinturas e alterações. Mas registros fotográficos da época revelam que, por debaixo da camada de tinta branca, que atualmente cobre algumas das paredes internas da casa, existe uma pintura decorativa e um papel de parede com arabescos.
Reconhecendo este cenário de modificações em sua estrutura, e instigadas pela vontade de realizar um resgate histórico do Casarão, Joicidele Tamara Tenório Pedrosa, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da Univiçosa, orientada por Patrícia Monnerat, Gestora do Curso, realizará uma investigação arquitetônica, na busca de resgatar estes detalhes que podem ainda existir por debaixo das camadas de tinta já secas.
Para isso acontecer, Joicidele fará prospecções exploratórias e estratigráficas nas paredes, que consistem na remoção, camada a camada, de cada sobrepintura até o reboco, delimitada por pequenos retângulos numerados.
Esta investigação é importante porque, através dos resultados obtidos nas prospecções, será possível orientar as futuras manutenções, reparos e restaurações que sejam necessários na edificação, com contribuições que estejam adequadas às técnicas de conservação e restauração, e que respeitem a historicidade do local.
Segundo Joicidele, as pinturas nas paredes “são mais que enfeites, porque cada elemento de uma edificação conta parte da sua história, das tendências artísticas e do contexto social da cidade”. Joicidele e Patrícia acreditam que a pesquisa tem muito a contribuir com os conhecimentos deste importante patrimônio artístico-cultural de Viçosa, porque identificar as gradações da história, entendendo a edificação além de sua concepção física, mas também de sua trajetória viva no tempo, abrirá uma porta para que novos conhecimentos sejam passados para a população, possibilitará sua ramificação para novos estudos em diversas áreas de conhecimento e auxiliará nas medidas de preservação do local.
Confira na íntegra o trabalho de Joicidele e Patrícia, clicando aqui.