A professora do curso de psicologia, Maria Tereza Brandi, defendeu essa semana o seu Trabalho e Conclusão de Curso da pós-graduação em Cuidados Paliativos pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.
O seu trabalho intitulado “Os desafios na tomada de decisão no tratamento oncológico em idosos frágeis”, contribui para a formação da docente e para as suas aulas, na área de psicologia hospitalar. Maria Tereza também é orientadora dos estagiários do curso de psicologia da Univiçosa nessa área.
Para Maria Tereza, a pós-graduação é uma oportunidade de realização também tanto pessoal quanto profissional: "Foi uma oportunidade de aperfeiçoar e agregar conhecimentos, desenvolvendo habilidades em áreas específicas e dominar um assunto do meu interesse.” Ela também salienta a importância de dar visibilidade ao assunto, que é pouco abordado em salas de aula, mas é necessário na formação profissional dos estudantes.
Mas afinal, o que são os Cuidados Paliativos?
Os Cuidados Paliativos (CP) são indicados para todos os pacientes (e familiares) portadores de alguma doença que ameaça a continuidade da vida, independente do diagnóstico ou prognóstico, qualquer que seja a idade ou momento da doença. Esses cuidados podem complementar e ampliar os tratamentos ou tornar-se o foco total do cuidado.
Os cuidados são prestados por uma equipe interdisciplinar, composta por de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, capelães e voluntários que sejam competentes e habilidosos em todos os aspectos do processo de cuidar relacionados à sua área de atuação.
A equipe que atua em CP requer estratégias pautadas em planejamento, organização e divisão de tarefas, resultando em um cuidado integral voltado às necessidades do paciente e sua família.
Esses cuidados consistem na assistência promovida pela equipe diante de uma doença que ameace a vida, seja ela aguda ou crônica, preparando-os para lidar com a doença e o luto.
De acordo com a OMS 2017, o cuidado paliativo é a abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e familiares, que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio da prevenção e alívio. A OMS estima que 56 milhões de pessoas no mundo necessitam de cuidados paliativos por ano, porém, apenas 14% são atendidas. A tendência é que esse número cresça ainda mais por causa do envelhecimento da população, aumento do número de doenças crônicas e quadros de demências.
Ainda são poucos os serviços de cuidados paliativos no Brasil, de acordo com a última pesquisa realizada em 2019, contamos com 191 equipes em todo o território brasileiro. Sendo que 55% estão concentrados na região sudeste, o que mostra a necessidade de promoção e expansão dos atendimentos. Eles podem ser realizados na casa do próprio paciente, em um hospital, hospício e em unidade de saúde.
Cabe dizer que um estigma deve ser vencido, pois quando escutamos sobre Cuidados Paliativos vem à mente imediatamente imagens de uma pessoa em seus últimos momentos de vida e recebendo cuidados médicos em seu leito de morte. O que não é a filosofia desses cuidados, que têm por objetivo fornecer alívio para a dor e outros sintomas estressantes, reafirmar a vida e a morte como processos naturais, integrando os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de cuidado do paciente. Somado a isso não apressando ou adiando a morte.
Pensando nisso, o curso de Psicologia da Univiçosa tem a disciplina de Psicologia Hospitalar, que é voltada para a atuação com Cuidados Paliativos. Além disso, nossos estudantes têm a oportunidade de fazer estágios em hospitais de Viçosa e de Muriaé, onde podem adquirir a vivência prática durante a graduação.