Desenvolver a cultura empreendedora nos jovens do nosso país é uma iniciativa importante para um melhor desenho institucional da economia brasileira a longo prazo
Marcos Spínola Nazareth: Economista, Doutor em Economia. Professor de economia do curso de administração da Univiçosa e pesquisador de pós-doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Viçosa
As pesquisas em desenvolvimento econômico das últimas décadas têm deixado claro que fatores institucionais ou as instituições são importantes ou até mesmo fundamentais para compreender e explicar o comportamento dos agentes econômicos numa sociedade e, consequentemente, os resultados econômicos produzidos por eles.
Mas, o que seriam essas instituições? Para a ciência econômica as instituições constituem as regras do jogo numa sociedade que estruturam matrizes de incentivos e punições que, no fim das contas, podem induzir ou retrair o desenvolvimento. Elas podem ter caráter informal (costumes, tradições, cultura, etc.) e formal, estas se impondo por meio de regras legais (constituições, leis ordinárias, direitos de propriedade, etc.), visando disciplinar as interações e relações humanas.
Mais especificamente, essas instituições e sua capacidade de se fazerem valer em determinado ambiente econômico, serão os determinantes dos custos de se empreender, cooperar, negociar e operar nessa economia. Assim, boas instituições reduzem esses custos fazendo com que os ganhos da atividade econômica sejam rentáveis.
Nesse sentido, de uma perspectiva econômica, a questão fundamental de uma nação é desenhar instituições sociais, culturais, políticas e econômicas que comprometam o máximo possível de membros da comunidade com a promoção e preservação do desenvolvimento cultural e econômico consistentemente ao longo do tempo.
Sendo assim, fica claro que desenvolver a cultura empreendedora nos jovens do nosso país e colocar em suas mãos o instrumental educacional necessário e adequado para que mais ideias se tornem negócios ou empreendimentos existentes se tornem mais lucrativos, seriam algumas iniciativas das mais importantes que concorrem para redução daqueles custos mencionados e, logo, um melhor desenho institucional da economia brasileira a longo prazo.