Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença mata cerca de 1,4 milhões de pessoas todos os anos por causa do seu grave desenvolvimento ou por outras doenças acarretadas, como câncer e fibrose. Por isto, a conscientização e o acesso à informação se tornam imprescindíveis.
No Brasil, a Campanha Julho Amarelo, lançada pelo Ministério da Saúde juntamente com o Comitê Estadual de Hepatites Virais, traz o alerta e evidencia a luta constante contra as hepatites virais durante todo o mês. Uma série de ações, informações e testes são realizados a fim de que a população se conscientize sobre esta doença viral que só não faz mais vítimas do que a tuberculose.
Promovendo a conscientização, a estimativa é de que a taxa de letalidade diminuía de maneira significativa e deixe de ser um problema grave de saúde pública – até porque, como alerta o Ministério da Saúde, nem todos os infectados sabem que o vírus está incubado em seu corpo. Por isso, há testes e tratamentos disponíveis na rede pública de saúde brasileira.
O que é hepatite viral e quais são os tipos da doença?
Hepatite viral se configura como uma inflamação no fígado que atinge graus leves, moderados ou graves. Muitas vezes, a inflamação, caracterizada como uma doença, é silenciosa e os infectados não se dão conta de que carregam o vírus até que os sintomas se manifestem de maneira aguda: febre, tontura, enjoo, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes em tons mais claros.
Quando não diagnosticada e devidamente tratada, a doença pode causar fibrose, cirrose e até chegar ao desenvolvimento de um câncer. Por isto, dá-se a sua urgência de conscientização e de um diagnóstico rápido.
Dados alarmantes
No mundo
Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 350 milhões de pessoas no mundo vivem infectadas por hepatites virais. Deste montante, 1,4 milhões morrem anualmente.
No Brasil
Ainda segundo a OMS, os dados do boletim epidemiológico divulgado em 2019 mostram que de 1999 a 2018, 632.814 casos positivos foram confirmados, enquanto que de 2000 a 2017, a doença matou 70.671 vidas.
Reconhecimento a gravidade da doença, que atinge todas as faixas etárias, a OMS reconheceu o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Combate à Hepatite. O grande objetivo é de que a população de todo o mundo se conscientize para que a doença não se enquadre mais como um gravíssimo problema de saúde pública. Assim, a estimativa é de que o dado alarmante de 350 milhões de infectados pelas hepatites crônicas virais no mundo diminua em até 90% até 2030.
Hepatites A, B, C, D e E
No Brasil, as mais comuns são os tipos A, B e C. O tipo D, apesar de não ser comum, tem registros na região Norte do país; enquanto que o vírus da hepatite D e E são mais encontrados em países dos continentes africano e asiático.
Hepatite A
A hepatite do tipo A é extremamente contagiosa. A transmissão pode ser feita por meio fecal-oral, pelo contato físico ou até mesmo pela água e alimentos. Na grande maioria dos casos, este tipo é benigno, sintomático e pode se agravar com a idade.
A sua taxa de transmissão se agrava em locais em que há baixo nível de saneamento básico e onde os alimentos e a água são de procedência duvidosa.
Como é diagnosticada?
A hepatite do tipo A é diagnosticada por meio de exame de sangue.
Como prevenir contra o vírus?
• Vacinação contra a doença (sua eficácia é comprovada);
• Higienização correta e constante das mãos;
• Lavagem correta de alimentos crus com água tratada e clorada;
• Utilização de água sanitária para desinfetar locais públicos ou objetos utilizados por muitas pessoas (como cadeiras escolares);
• Evitar o contato com a água proveniente de esgoto e enchente.
Hepatite B
A hepatite do tipo B se torna extremamente perigosa porque, na maioria dos casos, é assintomática. Por isso, seu diagnóstico pode vir anos depois. Apesar do seu desenvolvimento poder ser agudo e crônico, o tratamento é essencial para que o agravamento seja evitado e constantemente monitorado.
Como é diagnosticada?
A hepatite do tipo B é diagnosticada por meio da pesquisa do antígeno do HBV; realizado em testes rápidos.
Como prevenir contra o vírus?
• Vacinação contra a doença (sua eficácia é comprovada);
• Utilização de preservativo nas relações sexuais;
• Não compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Hepatite C
A hepatite do tipo C é extremamente infecciosa, inflamatória para o fígado e silenciosa. Apesar do seu desenvolvimento poder ser agudo e crônico, o tratamento é essencial para que o agravamento seja evitado e constantemente monitorado.
Como é diagnosticada?
A hepatite do tipo B é diagnosticada por meio de testes rotineiros ou exame de sangue.
Como prevenir contra o vírus?
Como não existe vacina desenvolvida contra este tipo, as demais formas de prevenção se tornam ainda mais essenciais. São elas:
• Não compartilhar objetos que tiveram contato com sangue;
• Utilização de preservativo nas relações sexuais;
• Toda mulher grávida deve fazer os exames necessários do pré-natal para identificação da presença do vírus.
Hepatite D
A hepatite do tipo D, também conhecida como Delta, pode ser crônica e apresentar consequências gravíssimas para o organismo – podendo ser mais grave para os casos de cirrose.
Como é diagnosticada?
A hepatite do tipo D é diagnosticada por meio de sintomas, como febre e tontura, e por meio do diagnóstico de anticorpos anti-HDV (realizado em testes). A confirmação da doença vem representada pela relação e análise de aspectos clínicos, epidemiológicos e demográficos.
Como prevenir contra o vírus?
• Vacinação contra a doença;
• Pré-natal com todos os exames possíveis para as grávidas;
• Utilização de preservativo em todas as relações sexuais;
• Não compartilhamento de objetos de uso pessoal.
Hepatite E
A hepatite do tipo E é aguda, de curta duração, limitada e de caráter benigno. Contudo, pode apresentar sinais graves em gestantes e complicações em alguns casos específicos.
Como é diagnosticada?
A hepatite do tipo E pode ser diagnosticada tanto por meio de sintomas, como fadiga e febre, como também por testes de pesquisa da existência de anticorpos IgM anti-HEV.
Como prevenir contra o vírus?
Os casos deste tipo de hepatite poderiam ser menos comuns se o saneamento básico e de higiene a nível mundial atingissem mais áreas. Para minimizar os impactos:
• Lavagem correta e constante das mãos;
• Lavagem com água tratada e clorada de alimentos crus;
• Utilização de água sanitária para desinfetar locais públicos ou objetos utilizados por muitas pessoas (como cadeiras escolares);
• Evitar o contato com água proveniente de esgoto e enchente.
Ressaltamos a importância de se evitar a automedicação, que pode agravar o quadro e não ser eficaz para o melhoramento da doença. As medicações ingeridas devem ser sempre prescritas.
Os infectados devem procurar ajuda de profissionais da saúde para que o tratamento seja eficaz, monitorado e cada vez menos letal. Assim, com acesso à informação, as hepatite virais podem atingir cada vez menos pessoas no mundo.
Vamos juntos nessa! Julho Amarelo – Mês de Conscientização das Hepatites Virais