A governança existe tanto para organizações públicas quanto para particulares e foi criada para superar o conhecido Conflito de Agência.
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Kerla Fabiana Dias Cabral: Administradora, Mestre em Administração. Professora dos cursos de Administração e Tecnologia em Gestão de Empresas da Univiçosa
A Governança, segundo Andrade e Rosseti (2011) “é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento”, implicando ainda a competência dos governos de planejar, estabelecer e implementar políticas e cumprir funções.
A governança existe tanto para organizações públicas quanto para particulares e foi criada para superar o conhecido Conflito de Agência, que de forma básica é o confronto de interesses entre os acionistas de uma empresa e os seus gestores.
A Governança tem duas orientações básicas: o objetivo de máximo retorno total dos investidores e as questões voltadas para a harmonização do retorno dos investidores com os demais grupos com interesses em jogo nas companhias.
Para alcançar esses objetivos a governança baseia-se em quatro fundamentos éticos dos negócios e da gestão, sendo eles o Fairness que é o senso de justiça e equidade de direitos; o Disclosure que se refere à transparência quanto aos resultados, oportunidades e riscos; a Accountability que é a prestação responsável de contas; e a Compliance que de forma simplificada é a conformidade com instituições legais e com marcos regulatórios.
Observa-se pressões crescentes cobrando por responsabilidade corporativa e por maior amplitude dos objetivos corporativos, tendo em vista suas interfaces com as demandas e os direitos de outros constituintes organizacionais, definidos geneticamente como stakeholders.
Deste modo, atender apenas os interesses de acionistas majoritários já não são mais aceitos na maioria dos países, onde as leis e normas que regem os negócios corporativos forçam as mesmas a defenderem os interesses de acionistas minoritários bem como outras pessoas envolvidas nas organizações como clientes, funcionários, investidores entre outros interessados.
Assim, a assimilação e o exercício de boas práticas de governança corporativa torna-se um dos movimentos mais importantes do sistema capitalista, do mundo corporativo e da ciência da administração nesta última virada de século.
As práticas de negócios das organizações impactam na vida cotidiana de milhões de pessoas todos os dias ao redor do mundo, as empresas que não cumprem com os critérios legais e as boas práticas de governança podem aos poucos perder a confiança dos seus acionistas e clientes, fazendo com que essas organizações que não se preocupam em melhorar o seu desempenho nos negócios, tanto para os acionistas quanto para a sociedade, percam lugar no mercado sucumbindo até mesmo à falência.