O Grupo de Estudos de Animais Selvagens é integrado por professores e alunos do curso de Medicina Veterinária.
No dia 21 de setembro, os Estudantes do curso de Medicina Veterinária da Univiçosa visitaram o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. A visita é parte das atividades do Grupo de Estudos de Animais Selvagens da Univiçosa – GEAS Univiçosa, coordenado pela professora Letícia Bergo Coelho Ferreira e contou com o apoio do professor Luis Eugênio. O objetivo desta atividade foi demonstrar um pouco do trabalho a campo de Médicos Veterinários em trabalhos com fauna silvestre, além de trazer a tona discussões sobre a importância das unidades de conservação, o uso e a ocupação do espaço nessas regiões.
Localizado no extremo norte da Serra da Mantiqueira, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro faz parte dos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. É uma região de grande importância ecológica pela rica biodiversidade e patrimônio natural, possuindo inúmeras nascentes, que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do Rio Doce e a do Paraíba do Sul. A unidade de conservação tem 14.984 hectares de onde predominam a Mata Atlântica, montanhas, vales, chapadas, encostas e diversos cursos d’água. Devido ao seu relevo acidentado e formações rochosas, o Parque abriga vários Picos, sendo o Pico do Boné o mais famoso e com maior potencial turístico, está a 1.870 metros de altitude, o que ameniza a temperatura local.
Desde o início da trilha, já foi possível destacar alguns problemas ambientais recorrentes na região; os estudantes discutiram sobre a incidência de conflitos entre produtores rurais e animais silvestres, principalmente os carnívoros, que podem predar animais domésticos, causando prejuízos econômicos. Na subida pela mata, também foi discutido acerca dos impactos ambientais que os seres humanos causam em áreas turísticas, que vão desde o lixo eliminado em locais impróprios até o efeito de borda nas trilhas e contaminação da água. Ao chegar no alto do Pico, é possível visualizar as formas de ocupação do espaço na região do entorno, essa visualização mostra claramente a íntima relação entre as ocupações humanas e a floresta e a reduzida quantidade de corredores de fauna na região, o que promove grande impacto causado pelos animais domésticos, com destaque ao cão e gato, na fauna local. A visão panorâmica da região ajuda a compreender melhor as principais fontes de renda da população.
Após a descida do Pico do Boné, o grupo retornou à Viçosa após mais de cinco quilômetros de subida. Porém, com energias renovadas pelo contato próximo com a natureza. O Grupo de Estudos de Animais Selvagens – GEAS se reúne todas as quartas feiras, às 19 horas, com palestras e discussão de temas relacionados a medicina, conservação e biologia de espécies silvestres e exóticas. Os encontros são abertos a toda a comunidade acadêmica.