Em parceria com AFAG, Univiçosa realiza Jornada de Doenças Raras

Em parceria com AFAG, Univiçosa realiza Jornada de Doenças Raras

 

Publicado em 16 de maio de 2016

Silvia Helena, gestora do curso de Fisioterapia, juntos aos alunos do curso

Nesta sexta-feira (13), no Espaço Coliseu, o curso de Fisioterapia da Univiçosa realizou a 1ª Jornada de Doenças Raras, em parceria com a Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Raras e Graves em Minas Gerais (AFAG). O evento reuniu grande número de alunos dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia, além de professores e gestores. Também presentes o Diretor Acadêmico, Professor Per Christian Braathen, o Diretor Administrativo-Financeiro, Mateus Mendonça Vieira, e o vereador e radialista, Paulo Roberto Cabral.

Evento em parceria com AFAG

Na abertura, o Professor Per Christian Braathen parabenizou a organização, colaboradores e palestrantes do evento. O Diretor citou a Clínica de Fisioterapia, que já faz reabilitações em alguns pacientes portadores de doenças raras. “Sem dúvidas o evento irá acrescentar muitos conhecimentos a todos os presentes. A parceria entre as entidades e os profissionais de diversas áreas irá fortalecer essa atuação tão necessária para a qualidade de vida dos pacientes e familiares”.

Paulo Roberto Cabral se disse orgulhoso ao ver que em 10 anos de atividades acadêmicas, comemorados em 2015, a Univiçosa realiza grandes eventos e vem se destacando cada vez mais, formando profissionais capacitados. Referindo-se a Juliana Oliveira, Paulo Roberto disse que estava ali “como amigo de uma pessoa que nos honra, uma cidadã que traz alento e alívio para muitas famílias que nem se quer sabem como lidar com a doença que abate o seu ente querido”. Juliana Oliveira é mãe de um portador de doença rara, escritora e presidente da Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Raras e Graves em Minas Gerais (AFAG) e da Associação da Menkes Brasil.

Juliana contou a experiência vivida com o próprio filho portador da Síndrome de Menkes. O diagnóstico foi tardio e ele morreu aos 6 anos de idade. “Sempre aprendi desde pequena que o que torna a gente diferente não é o sofrimento e sim a utilização inteligente que a gente faz desse sofrimento. Eu utilizei meu sofrimento de uma forma inteligente e hoje estou aqui para contar um pouco da minha história”, disse.

Na primeira palestra, Cristina Cagliari Cristina Cagliari (Biomédica, Mestre em Biologia Molecular, Doutora em Infectologia; Membro da Sociedade Brasileira de Genética Médica e consultora Científica da AFAG) falou do panorama atual, com os problemas enfrentados pelos familiares para diagnosticar e tratar crianças e adultos portadores, bem como das ações em nível de políticas públicas na assistência aos pacientes e seus cuidadores. Em seguida, Geisa Luz (Enfermeira, Doutora em Doenças Raras, Especialista em Farmacologia e Consultora Científica da AFAG) falou sobre o que os profissionais da saúde precisam saber sobre o Teste do Pezinho, tão importante e fundamental para o diagnóstico de doenças como o hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria e hemoglobulinopatias, que podem causar sérios danos à saúde, se não forem identificadas logo no nascimento. “Este evento é extremamente importante porque, quando se fala de um assunto raro, a gente pensa que não acontece, que é incomum, mas, ao contrário: se falam em 8 mil tipos de doenças raras, e a cada semana são descobertas mais 5. No Brasil há estimativa de 13 milhões de pessoas acometidas. Daí a importância de profissionais capacitados na área. É um impacto social muito grande, e precisamos falar sobre isso”.

Durante o coffe break, os participantes trocaram ideias com as palestrantes, viram a exposição de folders sobre doenças raras como a SHUA, HPN, Doença de Gaucher, Síndrome de West, Mucopolissacaridose, ELA, EM, Doença de Fabry , dentre outras. Também participaram de sorteios de livros sobre o assunto e tiraram fotos com as plaquinhas referentes ao tema da jornada como forma de divulgação e apoio.

O evento foi finalizado com o testemunho de Juliana Oliveira sobre a experiência vivida com o filho. Mãe guerreira e corajosa, Juliana fez de seu luto uma bandeira para defender o direito à vida de outras pessoas com doenças graves e raras. Com sua ajuda e dos demais delegados da AFAG distribuídos pelo país, se consegue chegar ao diagnóstico precoce e ao tratamento mais efetivo.

Apesar de ainda não haver tratamento efetivo para essas doenças, a defesa dos direitos das pessoas acometidas é necessária para diminuir as diferenças e promover dignidade para pacientes e seus familiares.

A gestora Silvia Helena anunciou parceria da Univiçosa com a AFAG para estruturação do Centro de Referência de Apoio e Assistência aos Pacientes e Familiares dos Portadores de Doenças Graves e Raras. “Para nós, o evento de hoje é motivo de muito orgulho. Tivemos a presença aproximada de 300 alunos, professores, gestores, diretores da instituição e pais. É o pontapé inicial para a transformação da Univiçosa em um Centro de Referência. Eu e meus colegas gestores dos outros cursos de Saúde faremos o possível para dar o apoio necessário à estruturação da unidade que será referência como a primeira cidade do interior a ter um centro de apoio a pacientes e familiares portadores de doenças raras e graves”, concluiu.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/noticias/em-parceria-com-afagunivicosa-realiza-jornada-de-doencas-raras