Distanciamento social, isolamento e quarentena: entenda as diferenças

Distanciamento social, isolamento e quarentena: entenda as diferenças

Para entender as medidas restritivas é necessário compreender a diferença destes termos

Publicado em 26 de junho de 2020

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, governos de todos os países afetados têm adotado medidas preventivas e de combate à COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2.

A principal forma de contágio do novo coronavírus é o contato com uma pessoa infectada, que transmite o vírus por meio de tosse e espirros. A transmissão também ocorre quando a pessoa toca uma superfície ou objeto contaminado, levando o vírus aos olhos, nariz ou boca.

Nesse sentido, uma das principais medidas adotadas em todo o mundo, a fim de frear a disseminação, é a diminuição do contato entre as pessoas. Isso pode acontecer em diferentes níveis, de acordo com o objetivo da restrição, sendo os principais: distanciamento social, isolamento social e quarentena.

Entenda a diferença

A ciência ainda busca muitas respostas para entender o comportamento do SARS-CoV-2. Mas, de acordo com o que se sabe até o momento, o vírus se dissemina rapidamente. Um dos prováveis motivos é que pessoas assintomáticas, que não sabem que são portadoras da doença, também podem transmitir o vírus.

Para diminuir a velocidade dessa propagação, uma das estratégias previstas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é o distanciamento social. Trata-se da diminuição da interação entre as pessoas de uma comunidade. Nos locais onde ocorre a transmissão comunitária, ou seja, quando já não se sabe qual é a origem dos casos, essa pode ser uma medida eficiente para conter o aumento do número de infectados.

O distanciamento social é uma estratégia que possui dois diferentes níveis de restrição: o distanciamento social ampliado e o distanciamento social seletivo

O distanciamento social seletivo se limita aos grupos específicos, os chamados grupos de risco. A definição dos grupos de risco da COVID-19 foi feita a partir da análise do número de pessoas contaminadas que ficaram em estado grave, devido a síndromes respiratórias agudas, assim como o número de casos fatais da doença em todo o mundo. A lista divulgada pela OMS inclui pessoas idosas, portadores de doenças crônicas, imunodeprimidos e fumantes. No distanciamento seletivo, a orientação é de que pessoas que fazem parte dos grupos citados permaneçam em suas residências, e só saiam quando for estritamente necessário.

Já o distanciamento social ampliado não se limita aos grupos específicos. Trata-se do fechamento de instituições, estabelecimentos, cancelamento de eventos e pausa de serviços considerados não essenciais. O objetivo principal desse distanciamento é evitar aglomerações. Durante a realização dos serviços essenciais, deve-se evitar a aproximação das pessoas e, não havendo essa possibilidade, a distância mínima de 2 metros deve ser respeitada, além do uso de máscaras de proteção.

O distanciamento social ampliado pode ser mais eficiente do que o seletivo, já que expõe um número reduzido de pessoas ao risco de contágio, diminuindo, assim, a velocidade de transmissão do vírus. Essa rápida transmissão é temerosa, já que órgãos de saúde precisam ter tempo hábil para viabilizar condições ideais de funcionamento dos sistemas de saúde, além da paramentação necessária aos profissionais. Vale lembrar que todos os países do mundo estão se precavendo e/ou combatendo o SARS-CoV-2, haja vista que é uma pandemia. Dessa forma, equipamentos para tratamento dos acometidos pela doença e para proteção das pessoas expostas estão bastante disputados no mercado, dificultando o trabalho dos órgão de saúde. 

Dentre as estratégias de restrição, está também o isolamento. A medida visa separar quem estiver com sintomas respiratórios, suspeitos ou que tenha testado positivo para o novo coronavírus das pessoas não doentes. O objetivo é evitar a propagação do vírus, mantendo essas pessoas em casa ou em ambiente hospitalar. O isolamento dura 14 dias, dependendo do quadro clínico da pessoa doente.

Outra estratégia de restrição é a quarentena. Pessoas que tiveram contato com outras pessoas doentes, mesmo que ainda não apresentem sintomas, devem ficar isoladas por um período de até 14 dias. A quarentena é uma ação preventiva que visa à certificação de que a pessoa exposta ao vírus não foi infectada, já que durante o período de incubação do SARS-CoV-2, o doente pode estar assintomático.

A quarentena pode ser aplicada a nível individual, quando, por exemplo, alguém volta de uma viagem ao exterior; mas também pode ser aplicada a nível coletivo. Exemplos de quarentena coletiva são os navios que se encontravam em alto mar durante o início da pandemia e, ao atracar, precisaram ficam em quarentena nos portos de diversos países.

Existe, ainda, um nível mais restritivo de isolamento: o bloqueio total ou lockdown. Este é necessário quando as medidas de distanciamento social, isolamento social e quarentena forem insuficientes. O objetivo é restringir a interação entre as pessoas e interromper qualquer atividade por um curto período de tempo, com exceção das atividades básicas, como a compra de mantimentos ou remédios. Durante a vigência do bloqueio total, ninguém tem permissão para entrar ou sair do local isolado. 


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/noticias/distanciamento-socialisolamento-e-quarentenaentenda-as-diferencas