De forma bem simplificada, o que defere as bombas é o modo como cada uma obtém a energia dos átomos, a dimensão das explosões e o nível de radioatividade emitido.
Bomba atômica convencional (Foto: Morguefile.com)
Lidiane Faria Santos: Química, Mestre em Engenharia Química, Doutora em Agroquímica. Professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Química da Univiçosa
No início deste ano a Coréia do Norte anunciou a realização de um teste com uma miniatura de bomba nuclear de hidrogênio. Com isso, surgiram muitas dúvidas sobre a diferença da bomba atômica e a bomba de hidrogênio.
De forma bem simplificada, o que defere as bombas é o modo como cada uma obtém a energia dos átomos, a dimensão das explosões e o nível de radioatividade emitido.
A bomba atômica, ou bomba A, utiliza o princípio da fissão nuclear e funciona por meio da fragmentação de átomos de urânio e plutônio. O que ocorre é a quebra do núcleo do átomo quando se acrescenta um nêutron, liberando mais nêutrons, provocando uma reação em cadeia e liberando energia.
O poder da bomba de urânio lançada sobre Hiroshima e a bomba de plutônio lançada sobre Nagasaki equivalem, respectivamente, a 15.000 e 20.000 toneladas de dinamite.
A bomba de hidrogênio, ou bomba H, foi detonada pela primeira vez em um teste americano nas Ilhas Marshall, em 1952. Essa bomba funciona a partir da fusão nuclear, ou seja, ela funde dois isótopos do hidrogênio, deutério e trício, e por isso exige muita energia para ser detonada e utiliza uma bomba de fissão como gatilho. A bomba de hidrogênio é, portanto, uma combinação entre uma reação de fissão e fusão nuclear e por isso produz explosões milhares de vezes mais poderosas que uma bomba atômica convencional.
Outra diferença entre as bombas é o nível de radioatividade liberado no local após a explosão. A bomba H não produz muito material radioativo após a detonação e por isso são conhecidas como bombas limpas. A bomba A, por sua vez, é considerada uma bomba suja por liberar grande quantidade de radioatividade no processo de explosão.
A bomba H é a arma mais destrutiva que o homem já construiu até o momento e por isso só foram detonadas em testes, pois sua produção é proibida.
Os testes do programa nuclear norte-coreano foram recebidos com medo por cientistas e políticos, pois representam o risco de graves consequências.