Como aprendemos?

Como aprendemos?

Por Beatriz Ramos, Caroline Carneiro, Franciely Lelis, Maria Eduarda da Silva e Rúbia Roberto* 

Publicado em 23 de abril de 2019

Durante muito tempo a maior preocupação das instituições de ensino baseava-se nas demandas sociais, políticas e econômicas, refletindo nos modelos de avaliação que atendiam as necessidades da época, seja de catequização de fiéis, mão de obra operária e eleitores minimamente alfabetizados. Nesse contexto, a aprendizagem baseava-se na experiência consciente, no ambiente acadêmico, visando evolução da estrutura cognitiva do indivíduo. Todavia, pesquisas recentes no campo da ciência neuropsicopedagógica discute outros processos de aprendizagem, que devem ser considerados.

A aprendizagem significativa é um dos grandes objetivos do processo de ensino e aprendizagem; caracterizando-se por interação entre a estrutura conceitual existente na mente do indivíduo (conhecimento prévio) e novas informações. Para a aprendizagem ser significativa é fundamental que essa interação a novas informações adquiram significados que sejam integrados a estruturas cognitivas, de maneira não arbitrária e não literal. Ela não é apenas cognitiva, mas também relaciona-se a atitudes e habilidades de colocar em prática o que se aprendeu.

Podemos também pensar na aprendizagem como um processo implícito, por meio da internalização inconsciente da realidade, do que vivenciamos pela interação com o ambiente e emoções experienciadas. A transformação dessas percepções, por meio de atos conscientes, quando o contexto demanda, é que revela a aprendizagem explícita. Assim, o processo de aprendizagem se dá por meio de como pensamos, sentimos e fazemos.

Embora a aprendizagem tenha sido associada à função exclusiva dos processos cognitivos, atualmente pesquisas e estudos neuropsicopedagógicos comprovam que a emoção está diretamente ligada ao processo cognitivos, sendo integradoras, e, portanto, fundamental para o processo de aprendizagem efetiva. Considerando os diversos processos de aprendizagem, há de se considerar uma necessidade de estratégias de ensino que vão além do nível técnico, que considerem aspectos emocionais da aprendizagem e em demandas atitudinais. Entende-se que as técnicas de ensino são tão importantes quanto os conteúdos.

Nesse contexto, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem trazem muitos benefícios, como: desenvolvimento da autonomia, inovação pelo rompimento com o modelo tradicional, trabalho em equipe, desenvolvimento de uma visão crítica da realidade e o favorecimento de avaliação formativa.   

Bibliografia:

JARVIS, Peter. Aprendizagem Humana: implícita e explícita. Educ. Real., Porto Alegre, v. 40, n. 3, p. 809-823, set. 2015. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-62362015000300809&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 22 abr. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/2175-623648387.

*Estudantes do 5º período de Psicologia na Univiçosa


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/noticias/como-aprendemos