O desmatamento está associado principalmente a grilagem de terras em regiões de grandes projetos de hidrelétricas e perto de rodovias
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Larissa Quartaroli: Engenheira Ambiental, Mestre em Ciências Florestais e Doutora em Saneamento Ambiental. Professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Química da Univiçosa
Após alguns anos com as taxas de desmatamento estagnados, foram registrados cerca de 3.040 quilômetros quadrados de florestas desmatadas no período de agosto de 2015 a junho de 2016, aumento de 9% em relação ao período de agosto de 2014 a junho de 2015. Dados de satélite mostraram que o desmatamento em junho de 2016 aumentou quase 100% em relação aos dados do mesmo mês em 2015.
Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon, cerca de 972 quilômetros quadrados de floresta foram derrubadas no mês de junho de 2016. O desmatamento se concentrou, principalmente no estado do Pará com metade da área devastada, seguido dos estados de Amazonas (27%), Mato Grosso (12%), Rondônia (9%), Roraima (1%) e Acre (1%). Os 5 municípios que mais foram afetados pelo desmatamento foram Altamira (PA), Apuí (AM), Itaituba (PA), Lábrea (AM) e Novo Aripuanã (AM) com um total de 382 Km² de desmatamento.
Mais da metade (51%) do desmatamento no mês de junho de 2016 ocorreu em áreas privadas ou sob processo de regularização. Das demais áreas desmatadas, 242 km² são referentes à Unidade de Conservação, 223 km² são Assentamentos de reforma agrária e 9 km² são Terras indígenas.
De acordo com o Imazon, o desmatamento está associado principalmente a grilagem de terras em regiões de grandes projetos de hidrelétricas e perto de rodovias no Sudoeste do Pará.