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Marcos S. Nazareth: Professor de economia do curso de administração da Univiçosa e pesquisador de posdoc na UFV
Notícia do jornal digital de economia Valor Econômico do último mês de setembro mostrou que a expansão do mercado de capitais brasileiro poderia criar 1,7 milhões de empregos e aumentar a renda per capita do brasileiro ao longo de cinco anos em 11,6%[1]. São valores expressivos diante de uma economia que patina num crescimento em torno de 1% ao ano com 13 milhões de desempregados e renda domiciliar per capita média de R$ 1.268,00[2].
O estudo foi encomendado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a B3 (bolsa de valores oficial do Brasil que congrega os negócios de ações, mercados futuros e títulos privados no Brasil) e apresentado no último Congresso Brasileiro do Mercado de Capitais 2018, em São Paulo, com o objetivo de mensurar o impacto efetivo que uma agenda de desenvolvimento do ambiente de financiamento privado de longo prazo no Brasil poderia gerar na economia[3].
A notícia ressalta que “possibilitar que as empresas de vários tamanhos acessem fontes privadas de financiamento de longo prazo, além de aumentar a própria disponibilidade de recursos a um custo menor, ajudaria as companhias a viabilizar mais projetos e expandir a produção, o que impulsionaria a criação de empregos e renda”. Nesse sentido, sabe-se que um dos fatores mais importantes para o atual estágio socioeconômico dos países desenvolvidos foi exatamente o aperfeiçoamento, ampliação e difusão do mercado de capitais.
No estudo reportado pela notícia é dito que sugestões foram repassadas para os assessores econômicos dos candidatos à Presidência, em torno de quatro eixos: “fomentar o financiamento privado de longo prazo, estimular a formação de poupança, expandir o volume de emissões (de títulos mobiliários) e aumentar a liquidez da negociação de ativos”.
Sendo assim, em época de eleições, é mais do que urgente cobrar do próximo governo do nosso país uma política de regulamentação favorável e, principalmente, desburocratizada para o setor com vistas a facilitar a entrada de muito mais empresas e investidores nos negócios bursátil no Brasil e constituir, consequentemente, mais um pilar fundamental de uma economia próspera: financiamento privado acessível para execução de novos projetos e ao mesmo tempo regras e retornos atrativos para investidores nacionais e internacionais.
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[2] Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
[3] http://www.congressomercadodecapitais.com.br/.