Uso de contraceptivos de maneira inadequada pode causar trombose

Uso de contraceptivos de maneira inadequada pode causar trombose
Publicado em 24 de abril de 2015

Foto: MorgueFile

Adriane Jane Franco: Farmacêutica, Especialista em Farmacotécnica Homeopática. Professora do curso de Farmácia da Univiçosa.

O método de prevenção de gestações não planejadas mais amplamente utilizado é a contracepção hormonal ou anticoncepcional, que podem ser de uso oral ou injetável. Devido à sua ampla utilização tornou-se uma preocupação em relação aos fatores de risco para doenças cardiovasculares.

No ano de 2012 a Food and Drug Administration (FDA) noticiou um possível aumento do risco de formação de coágulos sanguíneos dos medicamentos a base de drospirenona, quando comparados a outros medicamentos à base de progestinas. Já a agência europeia, European Medicines Agency, comparou o risco de trombose entre os contraceptivos chamados de 3 e 4 geração, que possuem na sua composição substâncias como Destrogel e Drospirenona (respectivamente). No Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ressaltou que esses medicamentos estão contraindicados para pacientes com histórico de processos trombóticos.

Os contraceptivos hormonais já trazem em suas bulas o alerta sobre o risco de distúrbios tromboembólicos ou trombóticos, contraindicando o uso desses medicamentos. Segundo o Informe SNVS/Anvisa/Nuvig/GFARM n 08, de 07 de novembro de 2013 em caso de “presença ou história de processos trombóticos/tromboembólicos arteriais ou venosos como, por exemplo, trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infarto do miocárdio; ou de acidente vascular cerebral; presença ou história de sintomas e/ou sinais prodrômicos de trombose (p. ex.: episódio isquêmico transitório, angina pectoris); ou um alto risco de trombose arterial ou venosa”.

É importante estar alerta a sinais e sintomas, como dor ou inchaço intenso nas pernas, dificuldade repentina para respirar, respiração acelerada ou tosse, dor no peito, e fraqueza ou dormência no rosto, braço ou perna, que podem indicar sinais e sintomas de tromboembolismo. Além disso, usuárias de medicamentos contraceptivos devem estar alerta a outros fatores que podem contribuir para o aparecimento de processos trombóticos, como o hábito de fumar (tabagismo), estar acima do peso (sobrepeso), idade avançada, entre outros.

Todo medicamento precisa ser indicado por um médico, ou seja, nunca deve ser feita a automedicação devido à probabilidade de ocorrência de eventos trombóticos, além do acompanhamento periódico que visa detectar possíveis sinais do evento. Em caso de dúvidas em relação aos medicamentos e seus possíveis efeitos indesejáveis, o farmacêutico, poderá orientar sobre a utilização e quais as medidas a serem adotadas em caso de erros na administração.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/fbf57232-3e1e-462e-911f-c5d2b692d92c