Brasil e outros 6 países criam variação de medicamento contra Aids

Brasil e outros 6 países criam variação de medicamento contra Aids
Publicado em 13 de dezembro de 2010

Univiçosa estimula interesse pela pesquisa


Em 2011, uma força-tarefa na área de Aids integrada pelo Brasil e mais seis países inicia os testes do primeiro produto desenvolvido pelo bloco: uma variação do antirretroviral ritonavir, que, ao contrário do medicamento clássico, não precisa ser guardada na geladeira. A droga, feita com matéria-prima da China e de laboratórios particulares brasileiros, está sendo desenvolvida na FioCruz (Fundação Instituto Oswaldo Cruz) com uma nova tecnologia. Cabe ao Laboratório Federal de Pernambuco fazer a análise do material.

É um esforço conjunto. Uma vez verificada a segurança do produto, o Brasil repassará a tecnologia para os demais países do bloco. A idéia é pesquisar novas tecnologias para o desenvolvimento de remédios, kits de diagnóstico e outros produtos essenciais para a Aids. “Queremos somar esforços. A Tailândia pode ajudar no desenvolvimento de combinações de drogas pediátricas. A Rússia pode colaborar com kits de diagnóstico. Participam também, Ucrânia, Argentina, Cuba e China”, disse a consultora do Ministério da Saúde e coordenadora do projeto do desenvolvimento da droga, Eloan Pinheiro.

O domínio da tecnologia para fabricação do ritonavir termoestável é considerado estratégico para o Brasil. A nova apresentação traz enormes vantagens: não precisa de refrigeração e sua conservação é mais fácil. O governo brasileiro gasta por ano R$ 11,45 milhões na compra do remédio, atualmente usado por 38.650 pacientes. “A tendência é que a indicação do medicamento aumente nos próximos anos”, afirmou o diretor do Departamento de Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco.

O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para HIV e Aids (Unaids), Michel Sidibé, advertiu em julho que os custos do tratamento de Aids no Brasil voltaram a ficar elevados, ameaçando o acesso do País aos remédios. A política brasileira de combate à Aids sempre foi apontada pela ONU como um exemplo a ser seguido pelos países emergentes.

O farmacêutico Marcos Rodrigo de Oliveira, Gestor do Curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa, comenta que o Brasil se destaca hoje pela sua política de saúde pública ativa, entrando na produção de medicamentos que possam ser distribuídos gratuitamente para toda a população. “Os farmacêuticos têm papel essencial nesse processo de desenvolvimento de novas formulações dos medicamentos. No caso do ritonavir a estabilidade é um ganho muito importante, uma vez que o paciente poderá levar o medicamento sem a necessidade de refrigeração. Esse processo é ensinado pelos alunos, por exemplo, nas aulas de farmacotécnica da Univiçosa”, diz.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/eec230de-49a9-450e-9d06-1bd66cd8e769