Luciana Marques Cardoso: Nutricionista, Mestre e Doutora em Bioquímica e professora do Curso de Nutrição da Univiçosa
Largamente utilizado em diferentes culturas culinárias, o alho tem sido usado como medicamento para várias enfermidades desde a Antiguidade. Esse bulbo comestível, de nome científico Allium sativum, pertence ao grupo de alimentos ricos em compostos sulfurados, da qual fazem parte também à cebola, a cebolinha e o alho-poró.
Pesquisas indicam que o consumo regular do alho pode contribuir para a redução da pressão arterial, podendo ser útil a muitas pessoas com hipertensão. Embora os resultados de alguns trabalhos ainda sejam conflitantes devido a falhas metodológicas, as evidências sugerem resultados positivos.
O alho apresenta várias substâncias que podem contribuir para a melhora da saúde, mas especificamente a alicina que parece contribuir para a redução da pressão arterial. Porém, a alicina não está prontamente disponível no alho, sendo necessário que este bulbo seja cortado, amassado ou triturado. Outro fator importante para o melhor aproveitamento deste composto é evitar que o alho seja exposto ao fogo, pois altas temperaturas reduzem muito a concentração dos compostos sulfurados, como a alicina.
Assim, para que o alho seja utilizado com o propósito de contribuir na redução da pressão sanguínea, é interessante que este seja consumido cru e triturado (pelo menos um dente por dia) ou na forma de cápsulas, sendo que estas devem ser prescritas por médico ou nutricionista especialista em fitoterapia. E os hipertensos devem manter a medicação tradicional.
As substâncias do alho benéficas à saúde, também causam mau hálito característico na boca. Uma boa dica para amenizar esta situação é mastigar plantas com sabor igualmente marcantes, como manjericão e hortelã.