Benefícios da Dieta Mediterrânea na expressão de genes pró-inflamatórios

Benefícios da Dieta Mediterrânea na expressão de genes pró-inflamatórios
Publicado em 14 de janeiro de 2011

Cuidados na alimentação

* Camila de Melo Marques

A chamada “Dieta Mediterrânea” é rica em azeite de oliva, grãos, frutas, nozes, legumes e peixe. Evidências científicas sobre a dieta mediterrânea demostram a redução considerável do risco de doença arterial coronariana (DAC).

A base da dieta mediterrânea é o azeite de oliva, rico em óleo monoinsaturado e polifenóis. Essas substâncias promovem diminuição do risco para DAC, melhorando o perfil lipídico, de forma a reduzir sua oxidação. Além disso, elas atuam ainda no DNA, diminuindo a resistência à insulina e possíveis inflamações.

Com base em pesquisas anteriores, cientistas espanhois fizeram sobre o efeito da dieta mediterrânea tradicional (DMT) e dos polifenois presentes no azeite de oliva na mudança da expressão de genes relacionados com a aterosclerose.

Trata-se de um estudo clínico, controlado e randomizado, com 90 voluntários saudáveis com idades entre 20 a 50 anos. Todos foram submetidos a três intervenções dietéticas: Dieta Mediterrânea Tradicional com azeite de oliva virgem, Dieta Mediterrânea Tradicional com azeite de oliva refinado e grupo controle. Os participantes receberam as dietas durante três meses e foram coletadas amostras de sangue antes e após a intervenção. A análise da expressão de 48 genes relacionados com a aterosclerose foi realizada nas células mononucleares do sangue periférico (PBMC)

Foram também avaliados parâmetros como perfil lipídico, glicemia e proteínas relacionadas com o desenvolvimento da aterosclerose (IFN-γ [interferon gama] e MCP-1 [proteína quimiotática de monócitos-1]).

No resultado da pesquisa, foi observado que o consumo da DMT diminuiu a oxidação plasmática, o estado de inflamação e a expressão de genes relacionados com a inflamação. Todos esses efeitos foram particularmente observados na dieta mediterrâneo com azeite de oliva virgem. Isto se deve ao maior teor de polifenóis em relação ao azeite de oliva refinado.
Os resultados encontrados indicam que os polifenóis do azeite são satisfatórios para a regulação de genes pró-aterogênicos no contexto da dieta mediterrânea.

A nutricionista Luiza Carla Vidigal Castro, Gestora do curso de Nutrição da Univiçosa, reforça: “O azeite de oliva extravirgem contém uma maior concentração de antioxidantes, como vitamina E e compostos fenólicos. O azeite refinado em função de seu processamento perde uma parte desses componentes, mas mantém a mesma composição de ácidos graxos dos azeites virgens”.

* Acadêmica do sétimo período do Curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/e395dcbd-5b8d-4589-9906-2369be1d0140