Descarte incorreto de medicamentos é grande risco ao meio ambiente e à saúde

Descarte incorreto de medicamentos é grande risco ao meio ambiente e à saúde
Publicado em 10 de abril de 2013

PhotoXpress

Ricardo Zatti, Farmacêutico, Gestor do Curso de Farmácia da Univiçosa/Esuv

Atualmente tem se preocupado muito com o descarte de materiais como óleo de cozinha, sacolas plásticas, baterias de celulares e pilhas em função do potencial nocivo destes resíduos ao meio ambiente. Outro item que merece atenção especial dos consumidores na hora do descarte são os medicamentos e suas embalagens.

Os medicamentos são poluentes perigosos. Quando se descarta no lixo comum, sem nenhuma precaução, os fármacos podem atingir o solo e contaminar o lençol freático. Ao serem lançadas no esgoto sanitário, estas substâncias contaminam a água de rios e lagos e, ainda, os peixes que podem ser consumidos posteriormente por animais e pelo homem.

Vários fármacos são altamente nocivos ao meio ambiente. Os antibióticos geram bactérias multirresistentes que irão causar infecções de difícil tratamento; os hormônios na água podem causar alterações hormonais em peixes e animais, que ingerem estes fármacos através da água contaminada e, consequentemente, atingem também o ser humano, através de alimentos e água contaminados. Ao contaminar o meio ambiente, os medicamentos descartados inadequadamente entram na cadeia alimentar e as consequências são imprevisíveis.

O descarte correto de medicamentos e suas embalagens deve ser realizado através de incineração industrial ou em aterro sanitário especializado para resíduos químicos perigosos. A população deve acondicionar adequadamente os restos dos medicamentos em suas embalagens originais, lacrá-los e entregar para o descarte correto em farmácias e drogarias. Todo estabelecimento farmacêutico, segundo a legislação vigente, deve ter um contrato firmado com empresas de descarte destes materiais.

Em alguns municípios existem postos de coleta de medicamentos vencidos. Para saber se sua cidade possui este tipo de serviço, basta contatar a Vigilância Sanitária Municipal. Por se tratar de uma questão de saúde pública, a população deve pressionar as prefeituras para o serviço não continuar ausente.

Entretanto, é possível tomar medidas simples para diminuir o desperdício. Os pacientes devem prestar atenção à data de validade dos medicamentos durante a compra, e evitar os que irão expirar rapidamente, além de conservá-los de maneira correta para evitar perdas por degradação. Antes de comprar um medicamento, deve-se avaliar a real necessidade de utilização deste fármaco. Em geral, não temos necessidade de consumir tantos fármacos como a população brasileira consome.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/da1d77fe-5981-490a-ba5d-36d96a42d3da