Publicado em 15 de junho de 2007
A pesquisa foi idealizada pela professora Silvia Ribeiro de Souza e Silva, estudiosa de farmacognosia, área da farmácia que estuda e utiliza produtos naturais como medicamentos. De acordo com Silvia Ribeiro, a sugestão para o levantamento surgiu durantes as aulas de farmacobotânica, que abrange conhecimentos da etnobotânica – ciência que estuda plantas utilizadas por uma determinada população.
O uso de plantas medicinais no tratamento e na cura de enfermidades é, muitas vezes, o único recurso de várias comunidades. E Viçosa não foge dessa realidade. O objetivo desse trabalho desenvolvido pelos alunos de farmácia foi verificar o conhecimento e o uso de plantas pela população urbana de Viçosa. A coleta de dados visava identificar quais seriam aquelas plantas mais utilizadas e se existe relação entre renda familiar, utilização, acesso às plantas, idade, sexo e escolaridade.
Durante o levantamento foram realizadas 390 entrevistas. A maioria das pessoas assumiu a utilização de plantas medicinais (94,87%), desse percentual, o consumo é maior entre as mulheres. As plantas mais citadas foram camomila, hortelã e boldo. A pesquisa também descobriu que cerca de 50% dos entrevistados cultivam as plantas medicinais em seu próprio quintal. Mas o dado mais importante foi o de que 52% das pessoas utilizam as plantas junto com outros medicamentos. A associação de dois medicamentos distintos pode representar um risco à saúde.
Além de Miriam, outros alunos do 5º período de farmácia também participaram do levantamento: Ana Paula Gomes, Eduardo Araújo, Gisele Mendes, Heluzza Martino, Melina Martins e Priscila Freitas. Miriam Magalhães afirmou que a participação da Faculdade no simpósio foi importante para o reconhecimento da instituição – que é nova – em um universo como o do evento, que foi organizado por uma instituição de renome nacional – a Universidade Estadual Paulista (UNESP).
“Apresentar este projeto no I Simpósio Paulista de Farmacognosia foi extremamente importante, porque é um evento significativo para a área. E também porque sua apresentação incentivou os alunos que participaram do projeto a continuarem se dedicando a pesquisa com plantas medicinais”, enfatiza a professora Silvia Ribeiro. Outro colaborador do levantamento foi o professor Rogério Pinto, que leciona Bioestatística na Faculdade.
O I Simpósio Paulista de Farmacognosia foi organizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP e pela Sociedade Brasileira de Farmacognosia. Miriam Magalhães e diversos acadêmicos dos estados de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Minas Gerais participaram de encontros que discutiram a pesquisa com plantas medicinais, produção, distribuição e controle de qualidade desses produtos, bem como a regulamentação do uso e comercialização de medicamentos fitoterápicos.