Ricardo Antônio Zatti: Farmacêutico, Mestre em “Ciências Farmacêuticas”. Gestor do Curso de Farmácia da UNIVIÇOSA
No século passado, a cárie era considerada um grave problema de saúde pública no Brasil e demais países subdesenvolvidos, especialmente em crianças. A descoberta dos efeitos preventivos do flúor e o aumento no consumo de cremes dentais geraram declínio na prevalência de cárie dental e diminuição no número extrações dentárias por esse motivo.
Atualmente existem várias formulações de cremes dentais com o acréscimo de flúor, o que reduz significativamente o desenvolvimento de cáries. Entretanto, deve-se ter atenção especial em relação ao uso desses produtos, especialmente em crianças e pessoas hipersensíveis. A ingestão de grande quantidade de flúor, além de intoxicação, é um fator de risco para o desenvolvimento de fluorose. A fluorose dentária é caracterizada por manchas esbranquiçadas que aparecem nos dentes, devido ao excesso de flúor. Acomete principalmente crianças até 12 anos de idade. Outro tipo de fluorose relacionado ao excesso da ingestão de flúor é a fluorose óssea. Este tipo de fluorose acomete os ossos e esta associada principalmente a ingestão de flúor proveniente de água fluoretada.
Para evitar essas complicações, os especialistas recomendam que crianças utilizem cremes dentais especificos para sua faixa etária. Crianças menores de três anos devem utilizar dentifrícios fluoretados com níveis de flúoreto de até 1000 ppm, pois, nessa faixa etária, elas ingerem, em média 50% do creme dental utilizado na escovação.