Utilização de radiofármacos no diagnóstico de doenças

Utilização de radiofármacos no diagnóstico de doenças
Publicado em 09 de outubro de 2013

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Ricardo Antônio Zatti: Farmacêutico, Mestre em “Ciências Farmacêuticas”. Gestor do Curso de Farmácia da Univiçosa/Esuv


Os radiofármacos são medicamentos ou substâncias químicas ativas marcadas com material radioativo. O princípio ativo de um radiofármaco exerce sua atividade biológica como qualquer outro medicamento, porém, por ser marcado com um material radioativo, adquire outras funções e pode ser direcionado especificamente para o tecido alvo. Além do uso terapêutico, esses fármacos também são utilizados em procedimentos de diagnóstico de patologias, dentre elas o câncer, as doenças cardiovasculares e ainda as desordens do Sistema Nervoso Central.

No Brasil, as pesquisas com radiofármacos são executadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia do Ministério da Ciência e Tecnologia. O país é bastante desenvolvido nessa área e suas pesquisas têm destaque internacional.

Para diagnóstico, os radiofármacos são utilizados em procedimentos de medicina nuclear. Os métodos de diagnóstico cintilografia e tomografia por emissão de pósito, por exemplo, utilizam radiofármacos no procedimento. A cintilografia emprega iodo como material radioativo e a tomografia de emissão de pósito utiliza um radioisótopo de meia-vida curta, o fluor-18. Na cintilografia, o paciente recebe o radiofármaco que se deposita em alguns órgãos. Através de imagens tiradas posteriormente, é possível avaliar as condições morfológicas das células e verificar se existem alterações no organismo do paciente. Já a tomografia de emissão de pósitos permite detectar alterações metabólicas no funcionamento do organismo ou de determinados órgãos.

Em relação a farmacocinética dos radiofármacos, meia-vida curta significa que o produto permanece por pouco tempo no organismo do paciente. A cada duas horas a sua utilidade radioativa cai pela metade. Para procedimentos de diagnóstico, quanto menor a meia-vida do radiofármaco melhor.

O uso de radiofármacos tem aumentado muito, principalmente na área de oncologia, de neurologia e também na cardíaca. O aumento também se deve ao uso em tratamento. Além do diagnóstico, o iodo radioativo, por exemplo, não é utilizado apenas para diagnosticar, mas também para tratar problemas de tireóide.

Os farmacêuticos trabalham ativamente no desenvolvimento e produção de radiofármacos. Para atuação nessa área é necessário ter curso de mestrado em Ciência e Tecnologia de Radiofármacos. No Brasil, o curso gratuito é oferecido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), em Belo Horizonte e São Paulo.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/c89b7986-53b9-4222-8216-eee504dacd4d