Professora da Univiçosa participa de pesquisa com nanoemulsão

Professora da Univiçosa participa de pesquisa com nanoemulsão
Publicado em 04 de junho de 2012


A professora da Farmacotécnica, Délia Chaves (foto), do Curso de Farmácia da Univiçosa vai participa da pesquisa com Nanoemulsão de Anfotericina B para o tratamento de leishmaniones, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). O objetivo é verificar a eficácia do sistema contra as leishmanioses visceral e cutânea em animais.

As nanoemulsões são sistemas heterogêneos óleo em água, estabilizados por um tensoativo, que se apresentam em escala nanométrica (cerca de 200 mm). A Anfotericina B é um antibiótico de amplo espectro de ação, utilizado para tratamento de infecções fúngicas e como tratamento de segunda escolha para as leishmanioses. Ela se liga ao ergosterol, formando poros na membrana celular de fungos ou espécies de leishmania, mas também pode se ligar ao colesterol na membrana celular de mamíferos. Esta ligação faz com a Anfotericina B apresente inúmeros efeitos adversos, como hipertensão, arritmias cardíacas, distúrbios renais e na medula óssea, dentre outros.
Portanto, torna-se interessante o desenvolvimento de novas formulações com o objetivo de reduzir estes efeitos.

No mercado, já existe o Ambisome [marca registrada pela Gilead, San Dimas, CA, EUA], uma emulsão lipídica lipossomal, na qual a Anfotericina B se insere na bicamada lipídica do lipossoma e este permite uma liberação lenta do fármaco para a corrente sanguínea, alterando a sua biodistribuição. Esta formulação apresenta menor toxicidade que a convencional (Anforicin, Laboratório Cristália, Itapira, SP), mas a sua produção em escala industrial é problemática, já que utiliza solventes orgânicos. Portanto, as nanoemulsões oferecem grande potencial para substituir os lipossomas, por serem considerados sistemas de produção de menor custo, de fácil preparo e de produção industrial favorável, já que não são utilizados solventes orgânicos.

Recentemente, um grupo de pesquisas do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da UFMG desenvolveu uma nanoemulsão contendo Anfotericina B, que demonstrou estabilidade satisfatória, além de atividade leishmanicida “in vitro” eficaz contra Leishmania amazonensis. Após esta etapa de estudos, serão realizadas pesquisas para verificação da atividade farmacológica desta formulação.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/c3116fbb-5a42-481c-8fca-45638cbdfc0d