Leonardo Vaz de Melo, Professor dos Cursos de “Tecnologia em Gestão Ambiental” e Bacharelado em “Engenharia Ambiental”
Assim como para outros fatores da natureza, também existe o Dia Nacional de Conservação do Solo, que é comemorado neste dia 15 de abril. Essa data foi instituída no dia 13 de novembro de 1989, através da Lei Federal de número 7.876, escolhida em homenagem ao nascimento de um conservacionista estadunidense Hugh Hammond Bennett (1881-1960). Ele desempenhou importante papel nesta área e é considerado, em seu país, o “pai” da conservação do solo.
Entretanto, esse elemento, como os demais, deveria fazer parte de uma preocupação maior da sociedade, sendo pensado constantemente como um recurso que deve ser alvo de projetos ambientais visando não só à recuperação de áreas degradadas como também à sua conservação.
É importante salientar que o solo não é produto apenas do intemperismo das rochas. Além deste, o seu processo de formação está relacionado a fatores como clima, relevo, organismos e tempo. Sua composição, além da parte mineral, incorpora elementos como água, ar, matéria orgânica e organismos vivos.
O solo possui horizontes com características próprias que são determinadas através de aspectos como cor, estrutura, textura e porosidade, o que indica como deve ser seu uso. Mas, muitas vezes estes aspectos não são respeitados pelo uso antrópico como, por exemplo, em empreendimentos que envolvem o corte de taludes, terraplanagens e aterros; é possível perceber que seus horizontes são misturados sem o devido conhecimento, deixando na superfície, muitas vezes, a parte arenosa e sem estrutura, enquanto a parte mais argilosa e estruturada fica nas partes mais profundas. Isto favorece o processo erosivo com o posterior comprometimento dos cursos d’água.
A agricultura brasileira também é praticada em larga escala de uma forma que não valoriza a conservação dos solos. Técnicas como o uso da aração ou de defensivos químicos, compromete as suas propriedades, muitas vezes não dando tempo suficiente para que esse fator de tão grande importância consiga se recuperar. É preciso ter em mente que, de uma forma geral, os solos brasileiros são velhos, frágeis, empobrecidos quimicamente e que se encontram em contínua evolução.
Caso não ocorra uma mudança rápida de postura pela população, os solos ficarão vez mais comprometidos, afetando não só a produção de alimentos mas, também, aspectos relacionados ao estoque de carbono na sua composição, à infiltração da água responsável pelo reabastecimento do lençol freático e até mesmo seu uso em áreas urbanas. Diante disso, é essencial o manejo adequado desse recurso, sendo responsabilidade do poder público e da sociedade como um todo, tendo em vista a perspectiva da sua sustentabilidade.