Catarata
* Kelly Cristine de Sousa Pontes
A lente é uma estrutura de origem ectodérmica que possui forma biconvexa. Ela é avascular, transparente e possui sua superfície anterior menos convexa que a posterior. A lente fica suspensa no centro do olho através dos ligamentos suspensórios do corpo ciliar, cujo estiramento garante a acomodação visual, caracterizada por sua principal função.
Na Medicina Veterinária, é comum a confusão entre o diagnóstico de esclerose nuclear e catarata. A esclerose nuclear é uma condição em que a lente apresenta uma névoa azulada em seu centro devida à formação de células lenticulares que forçam as células antigas até o núcleo, tornando-o mais denso e duro. Tal alteração é característica de animais idosos (cães com mais de seis anos de idade) e leva à perda da função visual. A catarata caracteriza-se por opacidade na lente, ou seja, perda de sua transparência, e pode ser classificada como incipiente, imatura, matura, hipermatura e morganiana. Condições que causem alterações em sua composição química podem determinar lesões na lente, de origem diabética, congênita, traumática ou senil. Os resultados possíveis da catarata são complicações como a uveíte e até o glaucoma, com eventual evolução para a cegueira.
O diagnóstico da catarata e da esclerose nuclear é alcançado pela obtenção de midríase, utilizando-se um midriático, seguida pela iluminação direta e magnificação, sendo de grande importância para o estabelecimento do tratamento adequado.
O tratamento para a catarata é sempre a remoção cirúrgica do cristalino, enquanto nos quadros de esclerose nuclear, a cirurgia é recomendada somente em casos nos quais haja complicações.
* Professora de “Cirurgia de Pequenos Animais” no Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa