Cuide de sua tireóide

Cuide de sua tireóide
Publicado em 25 de maio de 2011

Elaine, durante campanha contra o tabagismo na Univiçosa


* 1. Alessandra Santos de Paula; 2. Elaine Rosa Mendes

25 de maio é o dia mundial da Tireóide, estão sendo realizadas campanhas de educação em saúde e informativos com o objetivo de conscientizar o público, imprensa e profissionais de saúde sobre a tireóide e seus distúrbios.

A tireóide é uma glândula em forma de borboleta que está localizada logo abaixo do pomo de Adão, o popular gogó. Embora pequena, ela é importante para o bom funcionamento de vários órgãos, como coração, fígado, rins, ovários, entre outros, além de produzir os hormônios denominados T3 e T4, combustíveis das células do nosso organismo. Problemas na tireoide podem fazer com que ela produza esses hormônios em excesso ou em quantidade insuficiente, causando o hipertireoidismo ou hipotireoidismo, respectivamente.

O distúrbio da glândula tireóide pode afetar o funcionamento do corpo inteiro. O hipotireoidismo é o tipo mais comum e pode levar à obesidade e à depressão.

Esta doença afeta mais as mulheres.

A vida com a Doença de Hashimoto


“Sou estudante do 8 periodo curso de Enfermagem da Univiçosa descobri que tinha tireóide de Hashimoto (hipotireoidismo) aos 29 anos, da pior forma possível. Hoje tenho 35 anos. Havia acabado de sofrer o segundo aborto espontâneo e, no hospital, não foi feito exame nenhum”, diz Elaine Rosa Mendes. “Com a doença, descoberta tempos depois com auxilio de um amigo médico que observou a facilidade que eu tinha de emagrecer e engordar e também pelo inchaço na garganta, eu não poderia engravidar. Fiz o tratamento, segui as orientações médicas e voltei a ter uma vida normal, tendo inclusive engravidado. Meu filho está com 3 anos”, completa.

A doença de Hashimoto é a causa mais comum da tireóide hipoativa. Há perda gradual da função tireoidiana e os sintomas se instalam de forma insidiosa, segundo especialistas enquanto a tireóide hiperativa provoca agitação e ansiedade, a hipoativa a pessoa tem aumento de peso, cansaço, letargia, voz rouca, dores musculares, dificuldades de concentração, prisão de ventre, depressão e queda de cabelo.

A gravidez pode ser problemática para mulheres com a doença de Hashimoto não tratada, pois a tireóide hipoativa tem dificuldade para atender à necessidade crescente de tiroxina do organismo. O tratamento é o controle hormonal realizado por medicamentos de uso continuo, durante toda a vida.

Outro problema relacionado à tireóide são os nódulos tireoidianos: caroços que aparecem na glândula, mais comumente nas mulheres e mais frequentes com o envelhecimento. Eles podem ser únicos ou múltiplos, de tamanhos variados, e estão presentes em 5% a 10% da população adulta. Cerca de 5% dos casos podem representar algum tipo de câncer segundo informações da SBEM: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Além da estética, os nódulos podem causar incômodo no pescoço, dificuldade para engolir e até desconforto respiratório, dependendo do seu tamanho. Eles podem ser detectados apalpando a região do pescoço. Embora fácil de ser diagnosticado, ele deve ser confirmado pelo médico endocrinologista através de exame clínico e complementar.

Você mesmo pode examinar sua tireóide e, se detectar algo diferente do normal, procure uma unidade de saúde e busque auxilio de um Enfermeiro, que realizará os encaminhamentos necessários para o acompanhamento.

O tratamento varia de acordo com o tamanho do nódulo e leva em conta o fato de ele estar produzindo muito hormônio ou não. Quando indicada pelo endocrinologista, é feita uma pequena retirada de células do nódulo, através de uma punção, medida que ajuda os médicos a orientar seus pacientes sobre o tratamento correto.

Passo a passo do autoexame

Para realizar o autoexame, você vai precisar de um espelho com cabo e um copo d'água.

  • Segure o espelho procurando em seu pescoço a região abaixo do pomo de Adão (gogó). Sua tireoide está localizada nesta área.
  • Focalize esta área com o espelho estendendo a cabeça para trás para facilitar a visualização.
  • Beba um gole d'água.
  • Ao engolir, observe em seu pescoço se existe alguma saliência ou elevação localizada. Repita este teste várias vezes, se necessário.
  • Observe se existe algum nódulo ou saliência.

* Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa: 1. Gestora; 2. Acadêmica do 8 período de Enfermagem.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/b77a5d7e-40b7-4ee3-a7d6-399fd5f68746