Gustavo Carvalho Cobucci: Médico Veterinário. Professor de “Clínica Médica de Cães e Gatos”
Na maioria das universidades públicas e particulares de Medicina Veterinária, as disciplinas profissionalizantes iniciam-se a partir do terceiro ano de curso. Na área de Clínica de Pequenos Animais, o contato dos estudantes com pacientes e proprietários no Hospital Veterinário também ocorre do quinto período em diante.
Na Univiçosa, entretanto, alguns estudantes do primeiro e terceiro períodos já estão tendo a oportunidade de vivenciar a rotina hospitalar diária. Esses estudantes participam do Grupo de Estudos Práticos em Animais de Companhia (GEPAC). Nos encontros semanais do grupo, eles têm a oportunidade de acompanhar atendimentos completos dos animais na rotina do Hospital, acompanham todo o desenrolar do caso — desde histórico e anamnese até o tratamento realizado, passando por todos os testes diagnósticos e procedimentos clínicos realizados no animal.
Supervisionados por um professor, os alunos participam de discussões de casos clínicos e assistem a palestras teóricas sobre as principais doenças contagiosas que acometem os animais de companhia. Os objetivos do projeto são: despertar o pensamento clínico, mostrar aos estudantes que a formação do clínico de pequenos animais começa nos períodos iniciais com as matérias de base, contribuir para a formação de qualidade dos futuros clínicos e melhorar a qualidade da medicina veterinária de pequenos animais.
O projeto está em seu primeiro ano e já beneficiou cerca de 30 estudantes de períodos iniciais do curso de Medicina Veterinária.
Marina Dresler, aluna do terceiro período de Medicina Veterinária da Univiçosa, comenta a importância do contato preliminar com a Clínica Veterinária. “A partir dele é possível vivenciar as dificuldades, desafios e casos que enfrentaremos na profissão. Durante os encontros, acompanhamos diversos atendimentos de cães e gatos acometidos pelas mais diversas afecções e discutimos caso a caso. Em muitos momentos, os tópicos a serem discutidos se assemelham aos ministrados em aula, o que possibilita uma interação entre as matérias de base da Medicina Veterinária e aquilo que ocorre na prática da profissão. Essa interação nos incita a estudar e percebemos quão imprescindível é cada matéria estudada. Tenho certeza que a vivência proporcionada pelo grupo de estudos será de grande valia em minha vida profissional”.
A Gestora do Curso, professora Alessandra Sayegh Arreguy Silva, elogia a iniciativa e estimula esse tipo de prática entre os professores. “Estamos buscando levar nossos os alunos a participarem ativamente das aulas e atividades de ensino, além de trabalharmos o lado humanístico do profissional em todas as disciplinas. O GEPAC possibilita isso e ainda estimula os alunos de períodos iniciais a se dedicarem nas disciplinas básicas e vinculá-las ao que estão vendo na prática.”