Buscando proporcionar uma visão holística aos seus acadêmicos, o curso de Engenharia Ambiental da Univiçosa vem oferecendo aos alunos trabalhos multidisciplinares que integram conteúdos estudados durante o semestre letivo. A proposta objetiva criar um espaço em que o docente perceba a integração dos diferentes assuntos estudados, enriquecendo a sua construção do conhecimento.
Como parte dessa experiência, as turmas matutina e noturna do quinto período do curso de Engenharia Ambiental realizaram, neste sábado (16), a coleta de um conjunto de amostras de água ao longo do Córrego Silvestre, obtendo também as coordenadas geográficas de cada ponto de coleta.
Envolvendo as disciplinas de “Cartografia e Sensoriamento Remoto” e “Qualidade da Água”, a ideia busca relacionar os diferentes resultados dos parâmetros de qualidade da água, analisados em laboratório, a partir de tais amostras, com fatores antrópicos e ambientais no entorno dos pontos de coleta, tais como concentração de ocupação populacional, presença de áreas verdes, declividade do terreno, dentre outros, mapeados a partir de interpretação de imagens de satélites de Sensoriamento Remoto, tecnologia de posicionamento global por satélites de navegação (GNSS: Global Navigation Satellite System) e dados de relevo obtidos por Interferometria, como o projeto SRTM: Shuttle Radar Topography Mission.
Desta forma, os alunos experimentaram, na prática, como se realiza um trabalho de diagnóstico técnico de uma bacia hidrográfica, cujos corpos hídricos são frágeis e vulneráveis.
Segundo Marcos Vinicius Sanches Abreu (Engenheiro Agrimensor, Mestre em Geoprocessamento), professor de Cartografia e Sensoriamento Remoto, “o feedback dos alunos e professores envolvidos foi muito positivo”, fato que trouxe à tona a necessidade de expandir o conceito de práticas multidisciplinares às demais disciplinas do curso. “Os alunos responderam bem à motivação proposta e conseguiram entender a importância da abordagem sistêmica em seus estudos”, acrescentou o professor.
Já a professora de Qualidade da Água, Larissa Quartaroli (Engenheira Ambiental, Mestre em Ciências Florestais), afirma que “o trabalho prático de campo é de fundamental importância para o ensino e a aprendizagem. É a oportunidade dos alunos vivenciarem as técnicas e ensinamentos passados em sala de aula e laboratórios, envolvendo desde o manuseio de equipamentos em campo, a observação da diversificação de dados, o contato com a realidade do saneamento básico até o estímulo ao trabalho científico”.
Para Daniella Sette, Gestora dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Química, é de fundamental importância que os professores busquem a integração entre as diversas disciplinas do curso em ações além da sala de aula, a fim de que os alunos compreendam a aplicação de um conteúdo no todo para a formação do conhecimento, correlacionando teorias, conceitos e práticas”.