Alessandra Sayegh Arreguy Silva: Médica Veterinária, Especialista e Mestre em “Pequenos Animais”. Coordenadora da Unipet. Gestora do Curso de Medicina Veterinária da UNIVIÇOSA
Alguns alimentos para humanos não podem ser dados aos cães. Dentre esses alimentos não recomendados o chocolate está entre os 20 mais tóxicos na lista da National Poison Control Center, dos Estados Unidos.
No Brasil, não há registros dos números de intoxicação em cães e gatos por ingestão de chocolate. Esse alimento, tão delicioso para o ser humano, possui em sua composição carboidratos, aminas biogênicas, neuropeptídios e metilxantinas (cafeína e teobromina).
As metilxantinas são as maiores responsáveis pela intoxicação nos cães, e cerca de 100 mg dessa substância podem causar os sinais de intoxicação em cães e 80 mg em gatos. A dose letal é de aproximadamente 250 a 500 mg/kg, entretanto, sinais clínicos leves podem ser observados em animais que ingerem 20 mg/kg. Sinais como polidipsia (aumento da ingestão de água), vômito, diarreia, ataxia, tremores, convulsões, taquicardia, arritmias, taquipneia, cianose, febre e coma aparecem entre 6 a 12 horas após a ingestão. Esses sinais clínicos são mais frequentemente vistos em cães de raças pequenas e em gatos, porque apenas um biscoito de chocolate já é capaz de intoxicá-los, devido ao peso corporal desses animais.
A intoxicação por chocolate é considerada emergência médica e, por não existir um antídoto para a intoxicação pela teobromina, o tratamento se baseia na indução do vômito e na estabilização das funções vitais do animal.
Já existem no mercado pet alguns alimentos parecidos com chocolate específicos para cães. Esses alimentos não apresentam teobromina em sua composição, sendo feitos com extrato protéico vegetal, gordura vegetal, soro de leite e outros componentes não tóxicos aos cães e gatos.