A Revista Brasileira de Plantas Medicinais — RBPM (ISSN 1516-0572, versão impressa; ISSN 1983-084X versão on-line) da UNESP (Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”), Campus Botucatu (SP), publicou o trabalho “Atividade antibacteriana in vitro de quatro espécies vegetais em diferentes graduações alcoólicas”, conduzido pelo Professor Camilo Amaro de Carvalho (Doutor em Biologia Celular e Estrutural, Coordenador do grupo de pesquisa Fitofármacos, da Univiçosa/Esuv).
O artigo foi publicado no volume 15, número 1, páginas de 104-111, de 2013.
O trabalho, totalmente realizado nas instalações da Univiçosa/Esuv, envolveu os ex-alunos Gilson S. Miranda Gabriela S. Santana, Bruno B. Machado e Fabiane P. Coelho, do Curso de Farmácia.
O Fitofármacos realizou o trabalho com o objetivo de confirmar a eficácia antibacteriana de algumas plantas utilizadas na medicina popular. “Promover a pesquisa é algo intrigante e estimulante, principalmente quando um retorno pode ser dado à população. O uso de plantas consideradas medicinais tem sido intensificado nos últimos anos e, por isso, há uma enorme necessidade de pesquisadores, sobretudo farmacêuticos, estarem imbuídos neste processo de avaliação/comprovação da verdadeira eficácia/utilização”, comenta Camilo Amaro. “Atrelado à pesquisa, o desenvolvimento dos acadêmicos na condução dos trabalhos laboratoriais permite o crescimento prático/científico de forma incalculável, proporcionando a formação de profissionais aptos a atuarem em várias situações da profissão farmacêutica. Além disso, as publicações elevam o nível dos currículos dos nossos alunos, favorecendo sua inserção no mercado de trabalho”, conclui.
Nesta pesquisa foi realizada a caracterização fitoquímica e avaliada a atividade antibacteriana in vitro dos extratos de Ageratum conyzoides L. (mentrasto), Gossypium hirsutum (algodão), Phyllanthus tenellus (quebra pedra), e Polygonum hydropiperoides (erva de bicho) frente à Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Para a avaliação da atividade antibacteriana foi utilizado o método de difusão em ágar. Os testes foram realizados com o extrato nas graduações alcoólicas de 0 a 100% (v/v), na proporção de 20% (m/v - massa/extrator). Os testes fitoquímicos constataram a presença de açucares redutores, compostos fenólicos, flavonoides, taninos, triterpenos, e esteróides nas quatro espécies. O crescimento das culturas de S. aureus foi inibido por todos os extratos, com exceção do extrato de Mentrasto. A maior atividade de inibição foi observada pelo extrato de quebra pedra. Entretanto, nenhum dos extratos foi capaz de inibir o crescimento das cepas de E. coli. Os resultados são promissores, visto que três das quatro plantas selecionadas demonstraram possuir substâncias antibacterianas, o que motiva estudos subsequentes para o isolamento e identificação dos princípios ativos responsáveis por essa atividade, com potencial de uso na indústria farmacêutica.