Facilitar e ampliar o acesso do público masculino ao serviço público de saúde. Este é o principal objetivo da PNSH (Política Nacional de Saúde do Homem), criada pelo Ministério da Saúde e que prevê nove eixos de ação para serem executados até 2011. Na Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa, o Curso de Enfermagem adaptou seu programa às diretrizes da PNSH.
Lançada em 2009, ela política prevê o aumento de até 570% no valor repassado às unidades de saúde por procedimentos urológicos e de planejamento familiar, como vasectomia, e a ampliação em até 20% no número de ultrassonografias de próstata.
Por meio dessa iniciativa, o governo federal quer que, pelo menos, 2,5 milhões de homens na faixa etária de 20 a 59 anos procurem o serviço de saúde ao menos uma vez por ano. Além de criar mecanismos para melhorar a assistência oferecida a essa população, a meta é promover uma mudança cultural.
A nova política coloca o Brasil na vanguarda das ações voltadas para a saúde do homem. O país é o primeiro da América Latina e o segundo do continente americano a instituir uma política nacional de atenção integral à saúde do Homem. O primeiro foi o Canadá. A política está inserida no contexto do Programa “Mais Saúde: Direito de Todos”, lançado em 2007 pelo Ministério da Saúde para promover um novo padrão de desenvolvimento focado no crescimento, bem-estar e melhoria das condições de vida do cidadão brasileiro.
As ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem buscam romper os obstáculos que impedem os homens de frequentar os consultórios médicos. Entre os seus subsídios está uma pesquisa feita com sociedades médicas brasileiras e conselhos de saúde. Divulgado em 2008, o levantamento ouviu cerca de 250 especialistas e mostrou que a população masculina não procura o médico por conta de barreiras culturais, entre outras.
Na maioria das vezes, os homens recorrem aos serviços de saúde apenas quando a doença está mais avançada. Assim, em vez de serem atendidos no posto de saúde, perto de sua casa, eles precisam procurar um especialista, o que gera maior custo para o SUS e, sobretudo, sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família.
A não-adesão às medidas de saúde integral por parte dos homens leva ao aumento da incidência de doenças e de mortalidade. Números do Ministério da Saúde mostram que, do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos – população alvo da nova política -, 68% foram de homens. Ou seja, a cada três adultos que morrem no Brasil, dois são homens, aproximadamente. Os últimos dados de óbitos consideram o ano de 2005. Além disso, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado de 63,20 para 68,92 anos de 1991 para 2007, ela ainda se mantém 7,6 anos abaixo da média das mulheres.
A PNSH e o Curso de Enfermagem da Univiçosa
A Gestora de Enfermagem da Univiçosa, Alessandra Santos de Paula, cita pesquisas para lembrar que a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm maior incidência de doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada.
Na maioria das vezes, os homens recorrem aos serviços de saúde apenas quando a doença está avançada. Assim, em vez de serem atendidos no posto de saúde, perto de sua casa, precisam recorrer a um especialista, o que gera maior custo para o SUS (Sistema Único de Saúde).
A Gestora afirma que o Curso de Enfermagem da Univiçosa atualizou os programas da disciplina “Prática Educativa em Enfermagem na Promoção da Saúde” em 2009, quando a PNSH foi lançada e anuncia que irá colocar em discussão a inclusão deste conteúdo na disciplina “Enfermagem na Atenção Saúde do Adulto”, que teve um acréscimo de 20 horas e será ofertada em 2011.
“Conteúdos atualizados nas disciplinas do Curso, em sintonia com as políticas de saúde nacional são diferenciais da Univiçosa. Para tanto, temos aulas nos laboratórios de informática, onde nossos alunos estão em contato direto com portais de periódicos e banco de dados dos sistemas informações do ministério da saúde. Além disso, nos estágios, nos trabalhos de conclusão de curso e nas atividades de extensão, como as feiras de saúde, são realizadas práticas de educação na atenção saúde da criança, do homem e da mulher”, conclui.