Pesquisadores descobrem bactéria que degrada plástico

Pesquisadores descobrem bactéria que degrada plástico
Publicado em 14 de março de 2016

Garrafas pet representam riscos para o meio ambiente (Foto: MorgueFile)

Larissa Quartaroli: Engenheira Ambiental, Mestre em Ciências Florestais. Professora dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Química da Univiçosa

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Kyoto descobriu uma bactéria capaz de degradar o PET (Polietileno Tereftalato). O estudo foi divulgado na última sexta-feira (11) pela revista Science.

O plástico PET, devido à sua alta resistência e durabilidade, é muito utilizado na fabricação de embalagens: garrafas de bebidas, óleos comestíveis, frascos de medicamento, cosmético e produtos de higiene. Sua acumulação no ambiente é preocupante e tem aumentado muito nos últimos anos. De acordo com a revista Science, em 2013 foram produzidos mais de 53 milhões de toneladas desse plástico no mundo.

O processo natural de decomposição do PET é bastante lento e o material pode permanecer por centenas de anos no ambiente. Até então, apenas algumas espécies de fungos eram conhecidas por degradar parcialmente este tipo de plástico, mas não bactérias.

Após 5 anos de pesquisas, a equipe japonesa conseguiu isolar uma nova espécie de bactéria que se alimenta quase que exclusivamente de PET. A bactéria, nomeada de Ideonella sakaiensis, utiliza o PET como principal fonte de energia e carbono. Os cientistas identificaram que essa bactéria, quando cultivada em ambientes ricos em PET, produze duas enzimas que hidrolisam e transformam o PET em seus dois monômeros ambientalmente benignos, ácido tereftálico e etileno glicol.

De acordo com os estudos, uma colônia dessas bactérias foi capaz de degradar, quase por completo, uma folha fina de PET em seis semanas, à temperatura de 30°C. Segundo os pesquisadores, este estudo é apenas o início para o desenvolvimento de uma nova tecnologia capaz de degradar o PET.

Essa descoberta aumenta nossas expectativas em conter um dos poluentes mais persistentes do planeta.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/a6a22adf-0f81-4c7a-a58e-b2113a0f66aa