Viviane Gomes Lelis: Engenheira de Alimentos, Mestre e professora do Curso de Nutrição
No Brasil, o leite comercializado deve ser no mínimo pasteurizado para tornar-se um produto seguro. Infelizmente, a comercialização de leite cru não tem controle em relação a vários aspectos importantes, como por exemplo:
- Não se controla a temperatura de armazenamento (temperaturas mais altas, favorecem o crescimento de microrganismos indesejáveis);
- Não se sabe o tempo entre a ordenha e o consumo do leite (quanto maior esse tempo, maior a possibilidade do desenvolvimento de microrganismos);
- Não se sabe em que condições higiênico-sanitárias o leite foi ordenhado;
- Não se tem conhecimento das condições higiênicas do recipiente de armazenamento do leite, dentre outros.
Esses fatores favorecem o desenvolvimento de microrganismos que podem causar doenças em quem consome o leite.
O chamado “leite de saquinho” ou leite pasteurizado sofre pasteurização. Já o “leite de caixinha” — longa vida ou UAT (UHT) — sofre a esterilização comercial. A pasteurização é um tipo de processamento a temperaturas mais baixas que a esterilização, por volta de 72C a 75C e por um tempo mais longo, de 15 a 20 segundos, seguido de rápido resfriamento. Esse processo reduz o número de bactérias e destroi aquelas que podem causar doenças (as patogênicas).
Ao contrário do leite longa vida, o leite pasteurizado não elimina todas as bactérias e deve ser mantido sob refrigeração, mesmo antes de ser aberto.
Já o processamento UHT, também conhecido como esterilização comercial, envolve o aquecimento a uma temperatura que promove a destruição de quase todas as formas de microrganismos. Ele é aquecido a uma temperatura de 130C a 150C, por 2 a 4 segundos, seguido também de rápido resfriamento. Tanto o leite UHT quanto o pasteurizado, não necessitam de fervura, pois já estão prontos para o consumo.
Escolhendo qualquer um destes dois tipos de leite, será uma opção segura para a saúde do consumidor.