Adriane Jane Franco: Farmacêutica, Especialista em Farmacotécnica Homeopática. Professora do curso de Farmácia da Univiçosa
Pela facilidade de acesso à informação, muitas vezes, algumas drogas que ainda estão em fase de testes surgem na mídia como a cura milagrosa para alguma doença. É o que aconteceu com a fosfoetanolamina. A droga foi desenvolvida na USP de São Carlos, no interior de São Paulo, é usada no combate ao câncer. O produto passou a ser alvo de liminares solicitando a liberação para consumo por pacientes com a doença.
No final da semana passada, o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, fez inspeção ao laboratório da Universidade e constatou que, o local não é adequado para a manipulação do produto, pois não atende às normas sanitárias vigentes.
Outro ponto que causou diversas discussões: a substância não apresentou todos os testes necessários para ser considerado como medicamento e ser autorizado para consumo humano. A fosfoetanolamina foi estudada até a fase de teste em animais, o que não seria uma justificativa para validar seu uso em humanos.
Para que o medicamento possa ser produzido e comercializado basicamente deve seguir os passos:
- Síntese ou isolamento de um composto
- Teste in vitro e teste em animais
- Fase de teste em humanos (esta dividida em 3 fases)
- Fase I – Voluntários sãos (verifica-se a tolerância e parâmetros técnicos relacionados à droga, por exemplo, a forma de eliminação).
- Fase II – Voluntários sãos e pacientes, sendo possível observar a resposta ao medicamento, nessa fase é estabelecida a dose a ser administrada.
- Fase III – Pacientes, última fase antes da comercialização, onde é possível observar, entre outras coisas, os efeitos adversos da droga.
Após tantas polêmicas um Instituto ligado ao tratamento do câncer se dispôs a realizar as pesquisas necessárias para atestar que se trata de um medicamento efetivo contra a doença.
O farmacêutico é o profissional responsável pela produção adequada de um produto, seguindo normas sanitárias para atestar a qualidade final. Além disso, está capacitado para a síntese e desenvolvimento de novas drogas e para a condução dos ensaios clínicos.