Publicado em 10 de agosto de 2010
Amamentação é fator de saúde
Alessandra Santos de Paula* e Karina Aparecida Rodrigues**
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade. A partir de então outros alimentos devem ser introduzidos. Amamentar é proporcionar aos bebês todos os nutrientes e a proteção imunológica que os pequenos precisam durante os seis primeiros meses de vida. Isso é uma afirmação que a maior parte das mamães já sabe de cor e salteado.
O ato de amamentar também supre as necessidades emocionais e diminui a ansiedade de ambos, mãe e filho, por meio desse primeiro contato pele a pele e olhos nos olhos, além de proporcionar vínculo afetivo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o aleitamento materno protege a criança contra doenças alérgicas, diversos tipos de câncer, desnutrição, diabetes mellitus, doenças digestivas, doenças crônicas como osteoporose, doença cardiovascular e aterosclerose, obesidade, meningites, sarampo e outras doenças infecciosas, doenças respiratórias e otites, doenças do trato urinário e cáries. E ainda: promove melhor desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo, aumenta o QI (Quociente de Inteligência), promove melhor padrão cardiorrespiratório durante a alimentação, melhora a resposta às imunizações e o equilíbrio emocional.
Não é só o bebê que sai ganhando. A mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa, tem diminuição mais rápida do volume do útero e diminuem os riscos de hemorragia no pós-parto, anemia, câncer de mama ou de ovário, é menos propensa à osteoporose, volta ao peso normal mais rapidamente, dentre outros benefícios. Temos que considerar ainda o fator econômico: o leite que a mãe produz é suficiente para alimentar o filho até os seis meses de idade, sem necessidade de gastos com água, gás, bicos, mamadeiras, sabão, açúcar, embalagens etc. É de graça e está pronto para servir a qualquer hora!
Estudo publicado na revista “Obstetrics and Gynecology” relata que amamentar diminui o risco de doenças cardíacas no futuro. O trabalho analisou 139.681 mulheres após passarem o período da menopausa e destacou que o grupo de mulheres que amamentou seus bebês por pelo menos um mês apresentou pressão arterial mais baixa, menor nível de colesterol e menor incidência de diabetes, justamente os grandes vilões das doenças cardíacas.
Autora do estudo e professora de Medicina da Universidade de Pittsburgh, Eleanor Bimla Schwartz afirma que o risco de se ter algum problema cardíaco caiu 10% nas mulheres que amamentaram seus filhos até mais de um ano de idade.
*Gestora / ** Acadêmica do Oitavo Período do Curso de “Enfermagem” da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa