Ângela Figueira*
Segundo dados estatísticos do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a mortalidade infantil no Brasil ainda é uma grande ameaça. Crianças, em especial na faixa etária de até 5 anos, morrem em consequência de doenças respiratórias e diarréicas. Essas doenças poderiam ser evitadas pelo simples ato de lavar as mãos com sabonete. O hábito de lavar as mãos, principalmente após o uso do sanitário e na preparação dos alimentos, tem o poder de livrar essas crianças de uma morte prematura.
Um grande número de mães não considera como hábito de higiene o ato de lavar as mãos com sabonete. Elas se contentam em lavar as mãos somente com água. Não estão cientes de que o uso do sabonete deixa as mãos livres da gordura e sujeira que contêm germes. Um remédio tão simples e acessível a todos, com exceção talvez de regiões do Brasil que sofram com a falta de água, pode permitir que uma criança tenha oportunidade de chegar à idade madura.
Gestos ou hábitos simples podem ser milagrosos na vida de uma criança. Lavar as mãos com sabonete pode salvar uma vida, assim como um sorriso, um carinho, a presença dos pais, ou dos cuidadores pode salvar uma criança de possuir um mundo interno frágil, inseguro, carente e sombrio. Quantas crianças atualmente padecem da ausência dos pais mesmo cercadas de pessoas? O período de até 5 anos é de fundamental importância no formação do caráter de uma pessoa, quando um dos fatores principais é a presença e o cuidado dos pais.
Vivemos a época da criança terceirizada. Outros estão realizando as funções que mãe e pai deveriam exercer: a escola, a creche, a babá, a funcionária da casa, a tia. Crianças que desde cedo são institucionalizadas, recebendo tratamento, carinho e atenção de forma coletiva. Claro que são diversos os motivos para esta situação e cada caso tem sua justificativa, mas nenhuma delas é suficiente para que a educação, o ensino dos limites, o compartilhar das conquistas que a criança vai experimentando ao longo de seu crescimento sejam legados a outros.
Lavar as mãos com sabonete é tão importante quanto ser presente na vida do filho.
Psicóloga, Especialista em “Gestão e Diagnóstico Empresarial” e “Psicodrama Organizacional”. Mestranda em Letras. Gestora do Curso de Psicologia da Univiçosa/Esuv