Grasielle Soares Gusman: Farmacêutica, Doutora em Ciências Farmacêuticas. Professora do curso de Farmácia da Univiçosa.
O poeta canadense Christian Bök deseja que sua poesia sobreviva por bilhões de anos. Como? Inserindo um de seus poemas diretamente no DNA de uma bactéria, o Deinococcus radiodurans.
O poeta deseja introduzir no DNA da bactéria uma sequência de nucleotídeos que produza uma proteína a ser interpretada como um poema. A ideia é criar um código que relacione os nucleotídeos (adenosina, citosina, guanina e timina, conhecidos por suas iniciais ACGT) com as letras do alfabeto. No qual, cada trinca de nucleotídeos corresponda a uma letra, digamos, ACT represente a letra "a", AGT a letra "b", e assim por diante.
Uma vez que o poema esteja completo, os técnicos de laboratório montarão a cadeia dos polímeros de nucleotídeo, criando um fragmento de DNA para ser inserido na Deinococcus radiodurans. Serão necessárias várias tentativas para que a bactéria aceite essa informação genética, mas se funcionar, o poema vai durar mais do que a espécie humana.