Guilherme Castanheira Magalhães: Economista, Especialista em Desenvolvimento de Cooperativas, Gestor da Univiçosa Empresarial. Professor de “Empreendedorismo” da Univiçosa.
É claro que uma economia com baixa inflação e poder aquisitivo crescente estimulam o empreendedorismo. Mas, mesmo em uma economia em crise existem empreendedores que “enxergam” oportunidades.
A maior preocupação é quando o empreendedorismo se dá por necessidade. Ou seja, na crise econômica o número de desempregados aumenta e uma parte dessas pessoas resolve empreender com objetivo de gerar renda para si e sua família, por não encontrar opções no mercado de trabalho. A qualidade desse empreendedorismo é menor se compararmos ao empreendedorismo por oportunidade, onde as pessoas iniciam um negócio mesmo estando empregadas e com renda. No empreendedorismo por oportunidade as pessoas estão mais suscetíveis ao planejamento do negócio, pois, não estão diante de uma situação desesperadora, ocasionada pela falta de uma renda mensal. Com isso ela tem tempo para avaliar a ideia e planejar o seu negócio.
Dados do GEM 2014 (Global Entrepreneurship Monitor), pesquisa realizada no ano de 2014 em 70 países com objetivo de compreender o papel do empreendedorismo no desenvolvimento econômico, mostra que no Brasil para cada 1 empreendedor por necessidade temos 2,4 por oportunidade. Com a crise econômica, a tendência é que essa relação mude, ou seja, o número de empreendedores por necessidade aumente.
Independente da situação econômica, oportunidades continuarão existindo e o planejamento do negócio é algo imprescindível para minimizar os riscos do insucesso.