Grasiely Fernandes Roberto
Genômica. Este é o nome do estudo das funções e interações de todos os genes do genoma, incluindo suas interações com fatores nutricionais, sendo a alimentação o principal fator ambiental envolvido na modulação e expressão gênica.
A Nutrigenônima ou Genômica Nutricional surgiu com o reconhecimento de que os nutrientes possuem a capacidade de interagir e modular os mecanismos moleculares de funções fisiológicas do organismo. É uma ciência relativamente nova que estuda as interações da nutrição com o genoma, analisando a influência dos nutrientes na expressão dos genes e como eles regulam os processos biológicos. Já a Nutrigenética avalia a influência da variabilidade genética na resposta à dieta.
O objetivo desta ciência é compreender como a dieta interage com o genoma humano e como a variabilidade genética influencia na resposta à dieta, visando ao planejamento de uma dieta personalizada que permitirá a manutenção da saúde e a prevenção de doenças.
Bases conceituais da Nutrigenômica:
- Os componentes da dieta comum atuam no genoma humano, direta ou indiretamente, alterando a expressão ou estrutura gênica;
- Sob certas circunstâncias e em alguns indivíduos, a dieta pode ser um fator de risco sério para algumas doenças;
- Alguns genes regulados pela dieta provavelmente desempenham um papel no início, na incidência, na progressão e/ou na severidade de doenças crônicas;
- O grau pelo qual a dieta influencia o balanço entre os estados de saúde e a doença pode depender do componente genético individual; e
- Intervenções dietéticas, baseadas no conhecimento do requerimento nutricional, do estado nutricional e do genótipo, podem ser usadas para prevenir, atenuar ou curar doenças crônicas.
O Nutricionista Antônio Frederico de Freitas Gomide, doutor em Biologia Celular e Estrutural, professor de “Biologia Celular”, “Fisiologia” e “Imunologia” na Univiçosa, explica: “A Nutrigenômica é uma ciência nova e de grande importância. Atualmente se sabe que os alimentos possuem fatores nutricionais capazes de proporcionar aos seres humanos efeitos preventivos para uma diversidade de doenças. Muitas pesquisas estão sendo realizadas para tentar elucidar como os fatores nutricionais atuam em nível celular. Estudos recentes indicam que esses fatores podem atuar nos genomas, aumentando ou diminuindo a expressão de proteínas regulatórias do metabolismo celular. É importante enfatizar que o aumento ou a diminuição de uma componente regulador do metabolismo celular não deve ser investigado isoladamente pela Nutrigenômica, uma vez que as vias regulatórias são interdependentes e o simples aumento ou diminuição da expressão de um determinado gene pode não refletir a veracidade dos resultados encontrados nas pesquisas, uma vez que outros genes relacionados possam estar envolvidos. Além disso, essa nova ciência deve buscar entender quais os mecanismos desencadeados pelos fatores nutricionais em nível molecular. Concomitantemente ao entendimento da atuação dos fatores nutricionais no genoma é importante não esquecer que, alguns bons hábitos: evitar o uso de fumo, álcool e o sedentarismo podem contribuir para prevenir alterações no genoma. Sem dúvida, diante de tais evidências, em um futuro próximo e promissor a Nutrigenômica poderá contribuir muito para a prevenção de diversas doenças crônicas.”
* Acadêmica do sexto período do Curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa