Excesso de atividade física é sinal de transtorno
* Camila de Melo Marques
O termo genérico “transtornos alimentares” é utilizado para significar qualquer alteração relacionada com a alimentação, seja em nível metabólico ou psicológico, tal que configure quadro de disfunção na ingestão alimentar do indivíduo. Pesquisas constatam que os indivíduos com transtornos alimentares têm a qualidade de vida afetada, com prejuízos físicos e mentais.
Os transtornos alimentares são mais comuns entre as mulheres devido à grande preocupação na busca de um corpo perfeito, mas existem também relatos em homens. Além disso, acometem mais os adolescentes.
Muitas vezes relacionam-se estes transtornos somente à anorexia nervosa – distúrbio psiquiátrico caracterizado pela redução drástica da ingestão de alimentos, e à bulimia – quadro em que a pessoa come compulsivamente, mas com o intuito de livrar-se do que comeu e aliviar sua culpa, provoca vômitos ou faz uso de laxantes ou diuréticos. Entretanto, a incessante busca pelo corpo perfeito criou novas síndromes, como drunkorexia, diabulimia, vigorexia e ortorexia.
A drunkorexia é caracterizada pela substituição dos alimentos por bebidas alcoólicas. Diabulimia refere-se ao transtorno alimentar específico de diabetes, quase sempre do tipo 1, que são dependentes da insulina – quem tem diabulimia manipula as doses de insulina prescritas pelo médico, deixando de tomar hormônio ou tomando-o em menor quantidade, para emagrecer. Já a vigorexia é a síndrome em busca pelo corpo musculoso – pessoas que sofrem deste mal costumam abusar de suplementos alimentares, e malham exageradamente para compensar o excesso de comida; geralmente este mal acomete mais os homens. A ortorexia, por sua vez, costuma atingir ex-vítimas dos outros transtornos alimentares, pois representa o excesso de preocupação com alimentos saudáveis. Apesar de os nutricionistas afirmarem que não há problema na alimentação natural, as vítimas da ortorexia distorcem este ideal de saúde e tornam-se obsessivas pelas comidas saudáveis.
Como os transtornos alimentares promovem grandes riscos e prejuízos à saúde geral é necessária a presença dos profissionais médicos, psicólogos e nutricionistas tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento, de forma a preservar e melhorar a saúde das pessoas que sofrem de algum transtorno.
* Acadêmica do sexto período do Curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa