Interação da Univiçosa com o CAPS de Paula Cândido
A idealização de uma reforma psiquiátrica prescreve argumentos fundamentais às discussões atuais sobre o tratamento de doentes mentais. Responsável pela consolidação de novas soluções para o modelo psiquiátrico vigente, a luta antimanicomial é um símbolo de contestação e busca por direitos humanos. A Gestora do Curso de Psicologia da Univiçosa, Ângela Figueira, avalia a importância da comemoração do dia da luta antimanicomial: “A partir dessa luta houve uma humanização do sistema e do tratamento do doente psiquiátrico. O objetivo principal não é a extinção do hospital psiquiátrico e apesar de envolver políticas públicas, as coisas melhoraram muito”.
Nesta quinta-feira (18), estudantes e professores de Psicologia realizaram um evento comemorativo. Pela manhã, os alunos fizeram uma exposição dos seus trabalhos e confraternizaram com pacientes do CAPS: Centro de Atenção Psicossocial de Paula Cândido (MG) que trouxeram trabalhos de artesanato. Houve apresentação musical de dois estudantes dos cursos de Psicologia e Veterinária da Univiçosa e a professora Renata Gomide [História da Psicologia] mostrou fotos de como eram os tratamentos de antigamente nos manicômios, além de ter contado um pouco sobre a trajetória da luta antimanicomial, que teve sua primeira manifestação na cidade de Bauru (SP) há 25 anos.
Sobre a contribuição do curso de Psicologia da Univiçosa no combate à luta antimanicomial, Ângela argumenta que um dos principais resultados dessa experiência é a conscientização dos alunos sobre o tema, visto, principalmente, na disciplina “Saúde Mental e Psicologia Jurídica”. O benefício desse aprendizado, na concepção da Gestora, é promover um olhar mais humano dos estudantes em relação ao paciente psiquiátrico e aí se inserem também os alunos que não pretendem seguir carreira na área de saúde mental.
Palestra
Na terça-feira (15/), os alunos do primeiro período noturno de Psicologia assistiram a palestra da Psicóloga Tatiana Matias Lopes e do psiquiatra Guilherme Gomes Batista sobre transtornos mentais, luta antimanicomial, ganhos para os pacientes e desafios com os quais os profissionais têm se deparado neste novo modelo de tratamento.
"É muito importante esse contato dos alunos com o tema e com profissionais experientes ainda no primeiro período do Curso. É a oportunidade de vislumbrar campos de atuação profissional da Psicologia, além de formar uma consciência apropriada para um evento tão significativo: a reforma psiquiátrica", diz Renata Gomide.