Genética não é desculpa para obesidade, diz estudo
Tem mais obeso jogando a culpa na genética do que a própria genética levando à obesidade. A afirmação é do Professor Marcelo Dias da Silva, que ministra aulas de "Patologia Geral" no Curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa.
As pessoas podem fazer exercícios físicos e queimar 40% do peso extra relacionado à genética, diz artigo publicado na revista norte-americana “PLoS Medicine”. Apesar de algumas pessoas apresentarem maior predisposição ao excesso de peso e até à obesidade, pesquisadores do MRC (Medical Research Council’s Epidemiology Unit), em Cambridge (EUA), descobriram que um estilo de vida ativo é essencial no combate à herança genética. Foram analisados os genes de mais de 20 mil homens e mulheres de 39 a 79 anos de idade, observando-se 12 marcadores ligados ao aumento do IMC (Índice de Massa Corporal) e ao risco de obesidade. A partir daí, estabelece-se uma classificação da predisposição genética de cada indivíduo participante do estudo. Eles preencheram um questionário sobre a prática de atividade física regular no trabalho ou em outros ambientes e a conclusão foi taxativa: “os resultados desafiam o mito popular de que a obesidade é inevitável se ocorre na família, e podem orientar futuros tratamentos para combatê-la”, diz Ruth Loss, uma das autoras da pesquisa.
Comentando o artigo, o Professor Marcelo Dias reafirma que não se pode jogar a culpa na genética porque isso leva à acomodação. Devem-se buscar sempre hábitos de vida saudáveis, incluindo a prática de atividades físicas regulares. “Pode ser até mesmo passear com o cachorro ou trabalhar no jardim de casa, desde que seja uma atividade prazerosa e regular”, aconselha.