Noz da índia é a "bola da vez"
Raquel Duarte Moreira Alves: Nutricionista, Mestre e Doutora em Ciência da Nutrição. Professora do Curso de Nutrição da Univiçosa
Para quem busca corpo perfeito sem se esforçar em melhorar a alimentação e sem aumentar o nível de atividade física, as promessas da mídia são tentadoras. A "bola da vez" é a noz da índia. A semente de planta aleurites molucanna vem sendo explorada pela mídia com diversas alegações: perca 12 quilos em 3 semanas; basta ingerir ¼ da semente ao dia que seu corpo queima 50 gramas de gordura por dia; emagreça sem flacidez e reduza a celulite.
Atenção, consumidores! Esse tipo de perda de peso não é saudável. A perda de peso, para ser mantida, deve ocorrer de forma gradual, acompanhada de reeducação alimentar. Caso contrário, há grande chance de acontecer o chamado efeito sanfona.
Em sites da internet encontram-se também outras alegações sobre a noz da índia: queima de gordura localizada com combate à celulite e tonificação muscular; redução do colesterol, da fome e da ansiedade; detoxificação do organismo; controle da queda e brilho nos cabelos; melhora da constipação intestinal. No entanto, uma busca rápida pelo assunto em revistas científicas indicou que ainda não existem estudos que comprovem esses efeitos. Tampouco se sabe dos efeitos colaterais que a ingestão diária dessa semente pode trazer.
Relatos acerca da composição química da semente indicam que ela é rica em ácidos graxos essenciais (gordura boa para o organismo), dentre os quais o ácido linolênico (ômega-3) e linoléico (Omega-6), além de gama-tocoferol com ação antioxidante.
Não há registros do efeito antiobesidade de compostos bioativos dessa semente. Assim, ainda é cedo para recomendar a ingestão de noz da índia com a finalidade de emagrecimento.