Juliana Rocha Reis: Enfermeira, Especialista em Neonatalogia Intensiva, Professora do Curso de Enfermagem da UNIVIÇOSA
Embora seja menos comum do que em adultos, o câncer pediátrico representa uma importante causa de morte por doença na infância.
Nas crianças, as neoplasias malignas diferem das observadas nos adultos, tanto em relação a sua frequência quanto ao seu tipo histológico. O câncer na criança afeta as células do sistema hematopoiético e os tecidos de sustentação sendo os de maior incidência de leucemia, tumores primários do sistema nervoso central, linfomas não-Hodgkin e nefroblastoma.
Houve avanços constantes no tratamento do câncer infantil, de modo que a maioria dos pacientes consegue a cura. Isso ocorreu, em parte, devido à participação generalizada em ensaios clínicos realizados por grupos colaborativos pediátricos, em consequência dos progressos no atendimento médico, na radioterapia, quimioterapia e nas técnicas cirúrgicas. Mesmo assim, o tratamento de crianças e adolescentes com câncer continua impondo enormes desafios e, por isso, deve ser realizado em centros com especialidades pediátricas multidisciplinares.
O aumento progressivo do número de casos de crianças com câncer no Brasil tem despertado muitos profissionais da saúde para a realização de pesquisas que contribuam para uma assistência de qualidade a essa clientela e seus familiares.
A experiência vivida por uma criança ou adolescente com câncer é difícil, sejam quais forem a idade do paciente, a natureza da doença, o desenvolvimento e o seu prognóstico. O tratamento começa quando o diagnóstico de câncer é confirmado. Porém, o período que antecede a confirmação do diagnóstico é longo e difícil como a procura por vários médicos, a necessidade de inúmeros exames, possíveis internações, biópsias e cirurgias.
As neoplasias infantis apresentam, em sua maioria, sintomas comuns a várias doenças: cefaléia, palidez cutânea, perda de peso, vômitos, dores ósseas, massa abdominal e outros. Assim, é necessário que o profissional da saúde esteja atento ao diagnóstico precoce, para detectar a doença em uma fase localizada, para o rápido encaminhamento aos centros oncológicos pediátricos especializados.