Ricardo Antônio Zatti*
Recentemente, após a implantação da Lei Seca, algumas matérias jornalísticas publicadas na mídia relataram a utilização do fármaco Pidolato de Piridoxina por pessoas alcoolizadas para diminuir os efeitos do álcool e evitar sua detecção pelo bafômetro.
O Pidolato de Piridoxina, também conhecido como metadoxina (Vitamina B6), é administrado por via oral para tratamento de alterações hepáticas, decorrentes de intoxicações e hepatites alcoólicas. É utilizado também para diminuir os sintomas clínicos da abstinência ao álcool, em indivíduos alcoólicos crônicos.
Segundo estudos realizados por pesquisadores internacionais, não foram encontradas evidências científicas de que o uso deste medicamento, nas doses seguras, possa reduzir os efeitos do álcool em indivíduos que ingeriram a substância em bar ou festa. Nas doses convencionais, a metadoxina não apresenta os efeitos procurados pelos motoristas para fugir do bafômetro. Seriam necessárias doses elevadas do medicamento para o álcool ingerido ser eliminado mais rapidamente. Doses elevadas de Piridoxina não são indicadas, pois o excesso desse fármaco está relacionado à ocorrência de neuropatia sensorial periférica: formigamento dos dedos e extremidades e perda de sensibilidade.
Considerando as informações farmacológicas sobre este fármaco, o uso de Pidolato de Piridoxina em alcoolismo agudo (ingestão de álcool esporádica) não é recomendado. O uso indiscriminado de Metadoxima pode aumentar o risco de efeitos colaterais, intoxicações alcoolicas e acidentes automobilísticos.
* Farmacêutico, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Gestor do Curso de Farmácia da Univiçosa/Esuv