Professor Vinícius H. P. Soares [Curso de Farmácia da Univiçosa/Esuv]
A vontade e o prazer de comer chocolate está ligada à produção de uma substância química no cérebro semelhante a morfina – produto psicotrópico extraído de uma flor chamada papoula. Mas, não se preocupe com vícios extremos em chocolates. Não podemos comparar os potenciais reforçadores da nossa “própria morfina” com a extraída da papoula.
Essa descoberta se deu através da aplicação de uma droga em ratos que ativa o “estriado”, região do cérebro que possui várias conexões dopaminérgicas com outra região cerebral chamada núcleo accumbens, que, por sua vez, controla os movimentos, hábitos e desejos. Pesquisadores perceberam que, após a ingestão dessa droga os ratos comeram mais que o dobro de chocolate oferecido a eles anteriormente.
A descoberta é de cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e foi publicada na revista “Current Biology”. Os cientistas também observaram que a quantidade de encefalina, substância semelhante à morfina, secretada naturalmente pelo nosso cérebro, estava aumentada nestes ratos. A encefalina é responsável pelas sensações de bem estar e prazer, aumentando, neste caso, o desejo e o impulso de comer mais chocolate. O comportamento assemelha-se a de um dependente de drogas ou obesos que se deparam com o objeto de seus desejos. Isso se dá porque o “estriado” possui uma íntima ligação com o “núcleo accumbens”, responsável pelo prazer.
A informação permite aos pesquisadores entender melhor as compulsões alimentares, farmacológicas, dentre outras.