Flavonóides biofármacos que podem ser utilizados no tratamento de doenças cardíacas e diabetes

Flavonóides biofármacos que podem ser utilizados no tratamento de doenças cardíacas e diabetes
Publicado em 06 de junho de 2013

Imagem: Stock Photos

Ricardo Antônio Zatti*

Os flavonóides pertencem a um amplo grupo de polifenois que apresentam atividades antioxidantes úteis ao tratamento e prevenção de diversas doenças, dentre elas a arteriosclerose, diabetes, distúrbios do metabolismo do colesterol, doenças inflamatórias e câncer.

Estes compostos fitoquímicos são produzidos por diversas espécies vegetais com a finalidade de proteção da planta contra o ataque de patógenos. Estão presentes em diversas partes do vegetal, dentre elas as folhas, cascas, flores e frutos. São introduzidos no organismo através da ingestão de alimentos de origem vegetal. Estudos recentes têm demonstrado que a suplementação de flavonóides através de medicamentos em cápsulas e comprimidos apresenta resultados benéficos à saúde.

Os flavonóides são divididos em classes: flavonas, flavonóis, chalconas, flavanas, flavanonas, antocianidinas, proantocianidinas, isoflavonas, neoflavonóides. Já foram identificados mais de 8000 tipos de flavonóides, sendo a quercetina, canferol, naringina e a hesperidina os mais comuns.

Várias evidências clínicas demonstraram uma correlação negativa entre dietas ricas em flavonóides e o surgimento de doenças crônico-degenerativas. A partir destas evidências, iniciaram-se pesquisas na área farmacêutica objetivando o desenvolvimento de novos medicamentos com doses maiores que a concentração obtida pela dieta destes compostos bioativos.

Os flavonóides inibem a agregação plaquetária, tem ação antioxidante, apresentam efeito redutor do colesterol e reduzem a isquemia cerebral. Especificamente no tratamento do diabetes os flavonóides reduzem as concentrações séricas de glicose e aumentam as concentrações de insulina, promovendo um melhor controle de hiperglicemia.

Os flavonóides são ainda eficazes no tratamento do câncer e de doenças inflamatórias. Apigenina apresentou efeito supressor de células em tumores gástricos e cianidina inibiu a proliferação de células cancerígenas em tumores de estômago, cólon, mama, pulmão e sistema nervoso central. Já no tratamento de doenças inflamatórias, como a Doença de Chron, as epigalocatequinas e apigenina inibem citocinas, quimiocitocinas e células imunes relacionadas aos processos inflamatórios.

Os estudos clínicos com flavonóides estão em fase final de testes em humanos e animais. Em breve estarão disponíveis em farmácias novos medicamentos à base de flavonóides para prevenção e tratamento de doenças crônico-degenerativas. No tratamento de câncer, flavonóides serão incorporados nos procedimentos envolvendo quimioterapia para diminuição dos fármacos oncológicos e dos efeitos tóxicos destes fármacos.

* Farmacêutico, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Gestor do Curso de Farmácia da Univiçosa/Esuv


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/76caed34-494d-43c8-bf20-6b5aca7d135d