A Revista Eletrônica de Farmácia [volume VIII, n 4 de 2011] publicou o trabalho “Medicinal Plants Used By The Population Of Viçosa, MG, Brazil: Preliminary Study”, dos professores da Univiçosa Camilo Amaro de Carvalho, Rogério Pinto, Sílvia R. S. Silva e Marilane Oliveira Fani com a farmacêutica Renata Fátima Molinari, graduada pela Univiçosa. O artigo é resultado de um levantamento etnobotânico realizado entre junho e agosto de 2006, quando foram entrevistados 205 moradores de Viçosa. Os professores compõem o FARMAPET, da Univiçosa.
A etnofarmacologia estuda as relações de plantas e animais com sociedades humanas, presentes ou passadas. Define-se etnofarmacologia como a exploração científica interdisciplinar dos agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo homem.
As entrevistas foram realizadas através de um questionário semiestruturado contendo o perfil socioeconômico e questões relacionadas ao uso de plantas medicinais. As plantas citadas pelos entrevistados foram agrupadas em 78espécies com um total de 518 citações. Dentre as plantas relatadas as mais citadas foram hortelã (Menthasp.), com 17,4%; boldo (Plectranthusbarbatus Andrews), 7,9%; erva cidreira (Melissa officinalisL.), 7,3%; camomila (Chamomillarecutita (L.) Rauschert.), 5,8%; e macaé (LeonurussibiricusL.), em 5,8% das citações. A parte das plantas mais utilizadas é a folha: 69,1%; e a infusão é o modo de preparo o mais utilizado: 61,9%.
“O levantamento etnobotânico permitiu verificar que o uso tradicional de plantas medicinais no município de Viçosa possui tradicionalidade e a prática está condizente com o conhecimento científico, visto que suas indicações terapêuticas são reconhecidas pela ciência e validadas pelo conhecimento tradicional”, comenta o Professor Camilo Amaro.