Luciana Marques Cardoso: Nutricionista, Mestre e Doutora em Bioquímica e Professora do Curso de Nutrição da Univiçosa
Tem crescido o interesse dos consumidores pelos alimentos orgânicos, assim como a produção desse tipo de alimentos no Brasil. Para que um alimento de origem vegetal ou animal seja considerado orgânico, o produto deve ser cultivado em ambiente que congregue sustentabilidade social, ambiental e econômica, além de valorizar a cultura das comunidades rurais. A agricultura orgânica não utiliza agrotóxicos, hormônios, drogas veterinárias, adubos químicos, antibióticos ou transgênicos em nenhuma fase da produção.
Determinados autores sustentam que solos mais ricos e balanceados com adubos naturais produzem alimentos com maiores concentrações de nutrientes, fitoquímicos antioxidantes — polifenóis e carotenóides, por exemplo, em relação aos alimentos produzidos convencionalmente, mas esse assunto ainda é muito discutido e não há consenso científico.
Para saber se um produto é realmente orgânico, o consumidor precisa ficar atento. Conforme a legislação brasileira, em vigor desde janeiro de 2011, todo produto orgânico vendido em lojas, sites e supermercados devem apresentar um selo de certificação em seu rótulo, tenham sido eles produzidos no Brasil ou não.
Os agricultores familiares são os únicos autorizados a realizar vendas diretas ao consumidor sem certificação, desde que integrem alguma organização de controle social cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Neste caso, o consumidor pode pedir que o produtor apresente sua Declaração de Cadastro para confirmar se ele está devidamente credenciado.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) está elaborando um Mapa de Feiras Orgânicas, que pode ser consultado diretamente no site, bastando o interessado digitar o CEP para saber onde encontrar a feira mais próxima.